José Carlos Britto de Lacerda analisa a perigosa conjuntura de conflitos entre nações ao redor do mundo

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Mundo em guerra

Sim, o mundo encontra-se em guerra!

Não (ainda) uma Terceira Guerra Mundial, mas diversas guerras aparentemente circunscritas, que infelizmente envolvem o mundo inteiro: invasão russa na Ucrânia; conflito de Israel com o Hamas, o Hesbolah, o Irã, a Síria e o Líbano; beligerância e teimosia de Maduro, na América do Sul, pela manutenção no Poder na Venezuela, contra a vontade da maioria do povo venezuelano e da grande maioria da comunidade internacional; a assistência, no primeiro caso, dos países integrantes da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) à Ucrânia, com o financiamento e o fornecimento de armas e munições àquele país na luta pela sua sobrevivência; os Estados Unidos, país poderoso, encontra-se envolvido em todas as tres situações, porque integra a OTAN, é forte aliado de Israel e possui interesses na América Latina e na sustentação da democracia nesta última área.

A Rússia vem sendo apoiada pelo Iran e pela Coreia do Norte e ameaça o Ocidente quanto a uso de armas nucleares, caso se veja na iminência de ser vencida, se o Ocidente autorizar a Ucrânia a usar armas mais sofisticadas fornecidas pelos integrantes da Ucrânia.

Fala-se, também, no risco de expansão, para outros países do Oriente Médio, da guerra entre Israel, Hamas, Hesbolah, Irã, Síria e Líbano, ao mesmo tempo que a Rússia faz questão de não entender que a assistência, a ajuda, com armas e tropas que recebe de outros países, materializa a internacionalização da guerra decorrente da invasão da Ucrânia.

Ora, se Vladimir Putin se acha no direito de proibir a Ucrânia de ingressar na OTAN e resolveu impor, pela força, a permanência daquele país “fora” daquela Aliança, ninguém pode considerar correta sua atitude e, mais, a omissão dos demais países, membros da OTAN, acaso ocorresse, acabaria por servir de estímulo à sanha expansionista e totalitária do russo, que certamente iria avançar posteriormente sobre outros países, como Polônia, Romênia, Finlândia, Noruega, Estônia, Letônia, Lituânia que, não sendo aliados da Rússia e não possuindo o mesmo poder militar que ela, terminariam por ser dominados e anexados.

No que se refere à luta de Israel, supra mencionada, ninguém pode querer ignorar que há um estado permanente de beligerância contra os Judeus e que eles têm o direito de defenderem-se, muitas vezes sendo obrigados a tomar a iniciativa. Mas desta vez,  mais uma vez, Israel foi atacado por membros do Hamas no dia sete de outubro de 2023, quando muitos israelenses foram barbaramente assassinados e, outros tantos, capturados e levados como reféns, a grande permanecendo ainda hoje em poder do Hamas. E, de outro lado, durante anos mísseis têm sido lançados, contra a população de Israel, pelo Hamas e pelo Hesbolah, sob o apio do Irã, do Líbano e de outros países radicais do Oriente Médio.

Já quanto a Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, que se tem mantido no poder pela força, inclusive fraudando eleições, ameaça, sob o apoio de Rússia e da China, apossar-se de parte do território do país vizinho, a Guiana, afirmando pertencer, à Venezuela, a região de Essequibo, que integra o território da Guiana e guarda imensas riquezas minerais, como petróleo e tem empresas internacionais ali trabalhando, inclusive inglesas e norte americanas. Isto atrai o interesse da Inglaterra e dos Estados Unidos, que se propõem a defender a Guiana em caso de invasão pelas forças da Venezuela.

Também o Governo brasileiro se vê obrigado a reconhecer que há risco de violação da soberania do Brasil pela Venezuela, porque o Governo venezuelano vem praticando atos hostis contra nossas fronteiras e, para suas tropas invadam a Guiana, terão que primeiro invadir o território brasileiro. E tanto é verdade que tropas e armamentos já têm sido mobilizados e transferidos para a fronteira Brasil/Venezuela, assim como exercícios militares têm sido realizados, inclusive com a participação de outros países.

E não se pode deixar de registrar que Bolívia, Colômbia e Equador também se sentem ameaçados por Nicolás Maduro, que também pratica hostilidades contra a Argentina.

No extremo oriente, China ameaça Taiwan e Cingapura, Coreia no Norte ameaça Coreia do Sul e Japão, com a prática de atos de hostilidade e agressões.

São barris de pólvora próximos de fogueiras em alguns lugares, ao lado de guerras cruentas em outros, envolvendo muitos países e povos.

Falta apenas a decretação e o reconhecimento da ocorrência de generalidade e de sincronização entre os eventos.”

José Carlos Britto de Lacerda é advogado ipiauense 


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