Daquilo que não devemos ensinar aos nossos filhos
Se queremos um mundo melhor devemos primeiramente aprender a exercitar diariamente uma atitude simples: respeitar.
Sim. Respeitar é mais que uma palavra. É atitude. Afinal, o mundo é diverso, é biodiverso. É plural e desigual. Nem uma mão sua é igual a outra própria nem de qual outra pessoa no mundo. Não a toa, diz-se que “cada cabeça é um mundo”.
O Dia do Meio Ambiente foi criado para sensibilizar a população global sobre a urgência em se estabelecer relações mais respeitosas com o Planeta. Foi criado para despertar a população e em especial os governos, sobre a importância de promover uma educação que ensine a importância de cuidar do meio ambiente, diariamente, com a compreensão de que os Seres Humanos também fazem parte do mesmo meio ambiente. Logo, o respeito deve ser entre todos os seres vivos.
A partir da Eco 92 ou Rio 92, ocorrida no Rio de Janeiro, 20 anos após a primeira Conferência sobre Meio Ambiente realizada em Estocolmo, o tema meio ambiente tornou-se mais comum nas escolas, nos meios de comunicação e até nas rodas de conversa. Em Ipiaú e região, o Papamel se fazia presente com palestras em escolas, associações e empresas.
De 2009 para os anos atuais, com a redução do ritmo de atividades do Papamel inclusive na organização da sua Semana do Meio Ambiente. Assistimos o aumento da degradação ambiental, da caça e captura de animais, ocupação de áreas de preservação permanente etc…
Isso levou-me a afirmar que cada vez mais as pessoas estão informadas e conscientes sobre as questões ambientais. Porém, cada vez mais insensíveis.
Dia 8/6/2024, estávamos parados esperando o semáforo entre a farmácia 24 horas e o posto cinquentenário, abrir. Quando de repente uma ambulância com sirene ligada pedindo passagem. Todos se movimentando para dar passagem para liberar a via que poderá salvar vidas e a ambulância ficou por alguns minutos alí parada, porque num Fiat preto um cidadão manuseava seu celular como se nada estivesse acontecendo… Só se movimentando quando o sinal abriu e ele seguiu seu caminho.
Se perdemos o respeito pela vida de um Ser Humano, que as vezes depende de minutos para chegar a um hospital. O que dizer de empresas que permitem que seus trabalhadores levantem e carreguem sozinhos, as vezes mais de uma dezena de sacos de cimento ?!
O consumidor pode fazer muito pelo planeta, mas precisa aprender a exercitar o respeito. Evitando compactuar com a exploração do trabalhador, com a exposição do trabalhador a lesões, evitando o consumo de produtos de empresas que desrespeitam o planeta e evitando sacolas plásticas.
Na Semana do Meio Ambiente, para nós, mês do Meio Ambiente, vem de Itagibá o pior exemplo daquilo que não devemos ensinar aos nossos filhos. Cortar uma árvore que serve de aninhamento para aves e pássaros, cheia de ninhos com ovos e filhotes.
Um crime ambiental terrível que ilustra a insensibilidade para com a natureza e transmite uma mensagem de intensional afronta ao significado da Semana do Meio Ambiente e também ao simbolismo de paz, esperança e prosperidade representado pelas garças.
“Na espiritualidade em geral, a garça é vista como um símbolo de graça, sabedoria, paciência, intuição e equilíbrio. Ela representa a conexão com o divino e a busca pela evolução espiritual. A garça também pode ser interpretada como um lembrete para viver em harmonia com a natureza e buscar a paz interior.”
A população deve exigir com veemência a responsabilização por esse crime e conclamar às Prefeituras que cumpram seu dever de promover a educação ambiental continua e intermitente da população.
Sem o cuidado com o meio ambiente não existe desenvolvimento, não existe turismo, não existe saúde, não existe desenvolvimento sustentável.
De nada adianta dizer que ama os animais e comprar animais enjaulados frutos de um processo perverso de reprodução. Dizer que ama o meio ambiente e não se preocupar com em reduzir a geração de lixo e menos ainda com o destino do lixo gerado.
O exemplo que você dá aos seus filhos e filhas, netos e netas, sobrinhos e sobrinhas, vizinhos e vizinhas faz muita diferença. Bons exemplos evitam que os desrespeitos sejam naturalizados e que a violência, seja ela qualquer que seja, se torne comum.
Como dizemos no movimento ambientalista, devemos “pensar global e agir no local”.
Portanto, seja você o exemplo que o planeta precisa.
Emídio Neto é membro fundador do Grupo Ecológico Humanista Papamel
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