Elson Andrade reflete a respeito do envelhecimento da população e seus desafios

 

Reprodução: Jornal da USP – Foto: Flickr

O envelhecimento populacional no Japão já virou caso de polícia

O urbanista ipiauense arquiteto Elson Andrade nos traz nesta edição uma reflexão crítica sobre o grave problema sistêmico, socioeconômico, acerca da mudança do perfil populacional dos países.

Confira!

O Japão, hoje reconhecido por ter a população mais idosa do mundo, enfrenta os sérios impactos socioeconômicos dessa transição demográfica, enquanto o Brasil começa a perceber as consequências semelhantes a longo prazo. Dados indicam que, no futuro, a proporção entre jovens e idosos será drasticamente alterada (virando de ponta cabeça), exigindo um redesenho dos orçamentos públicos em saúde, previdência em detrimento da educação. Em países como o Brasil, a pressão orçamentária e a falta de adaptação às realidades demográficas têm comprometido o equilíbrio entre gerações, e as funções do Estado.

 

Desafios no Japão: sistema de aposentadoria e ações inusitadas

 

A insuficiência orçamentária das aposentadorias no Japão já impacta a qualidade de vida dos idosos, levando alguns a recorrer a pequenos furtos para garantir sustento básico nas prisões, que oferecem condições mais dignas de vida, do que passar necessidades em casa, muitas vezes sozinhos. Esse fenômeno reflete não apenas a fragilidade do sistema previdenciário japonês, mas também a falta de soluções concretas para um envelhecimento populacional sustentável, em todo o mundo.

Fonte: Japanstats.bur/AFP

O debate emergente no Brasil e a questão recai sobre os altos gastos desproporcionais com a educação em detrimento dos gastos com a saúde

 

No Brasil, um debate preventivo sugere a contratação de aposentados pelas empresas, as quais se propõe redução de gastos com encargos sociais, com isenção total, por exemplo dos gastos com o INSS incidente sobre suas folhas de pagamento dos aposentados, reduzindo assim, os custos diretos (36,8%) e indiretos 18,16%, num total de 54,96% favorecendo a recontratação de aposentados.

 

Fonte: CEF Tabela Sinapi

Paralelamente no Brasil, a redução da população jovem pressiona a necessidade de reorganizar a educação pública, com o problema em tela, de haver cada vez menos alunos demandando uma rede menor, porém, mais eficiente no ensino e preparação de jovens para o mercado de trabalho. A questão da produtividade também é crítica, pois trabalhadores precisarão sustentar suas famílias e o sistema previdenciário está afundando num cenário com mais idosos que jovens. Daí, a pergunta que fica é: Quem vai estar trabalhando para financiar os que estão aposentados e ganhando pouco?

Fonte: Portal da Transparência

 

A situação clama por urgência de soluções integradas

 

Ambos os países, enfrentam um ponto em comum: a necessidade de incluir a transição demográfica nas políticas públicas. Seja o Japão enfrentando as consequências em curso ou o Brasil antecipando o impacto, é essencial promover eficiência nos gastos públicos e criar programas que fomentem o equilíbrio entre gerações e os respectivos gastos com saúde e educação. Hoje as prefeituras, em especial, são obrigadas a gastarem rios de dinheiro na folha de pagamento dos professores, mesmo sem demanda para tal, dado a receber recursos carimbados, vindos do governo federal via FUNDEB. A negligência desses desafios hoje não apenas agrava os problemas do futuro, mas também coloca em risco a sustentabilidade de toda a sociedade.

 

Fonte: IBGE Estimativa da População

 

Nota:

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Da redação: Elson Andrade – que é ipiauense, arquiteto, urbanista, empresário desenvolvimentista, pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp.


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