O Ministério da Saúde está investigando a ocorrência de casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), que possui características semelhantes às da síndrome de Kawasaki.
Segundo o boletim epidemiológico publicado pelo ministério na semana passada, foram identificados 53 casos em crianças e adolescentes entre 1 e 16 anos no Brasil, sendo 29 no Ceará; 22 no Rio de Janeiro e dois casos no Piauí. No entanto, um levantamento feito ontem pela reportagem encontrou pelo menos 71 registros de casos suspeitos ou confirmados, incluindo relatos feitos pelas secretarias de saúde de Minas Gerais, Alagoas e Pará.
A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) publicou na semana passada que até julho foram reportados 41 casos, sendo dois fatais. Os pacientes eram oriundos da Capital e de mais 12 municípios da Região Metropolitana e Interior: Fortaleza concentrou o maior número de casos (28), seguida por Caucaia (2), Aracoiaba (1), Barreira (1), Eusébio (1), Guaiuba (1), Itapajé (1), Maranguape (1), Paracuru (1), Pindoretama (1), Quixadá (1), Quixeramobim (1) e Umirim (1). Todos os pacientes foram atendidos em Fortaleza, nos hospitais Albert Sabin, Monte Klinikum e Luís de França.
“A síndrome é similar a uma doença que já existe, com a diferença que vem sempre associado ao pós-covid, ao passo que a Kawasaki é uma doença mais ou menos rara”, afirma Caio Malachias, pediatra e diretor do Hospital Luís de França Hapvida.
Segundo o médico, os pacientes estão sendo tratados em ambiente hospitalar com medicamentos prescritos para a doença de Kawasaki e outras doenças autoimunes, havendo uma resposta satisfatória. “Os exames de ecocardiograma mostraram que houve estabilização e mesmo remissão nas alterações cardíacas encontradas, tais como dilatação de artéria coronária”, destacou. “Por ser uma doença ‘nova’ não sabemos se haverá sequelas nos corações desses pacientes. Será preciso fazer acompanhamentos quinzenais para ver a evolução”, ressaltou.
Os primeiros relatos sobre a doença, que foi identificada na Inglaterra, mostram que a síndrome se manifestou somente em crianças e adolescentes entre dois e 19 anos, e os sintomas observados foram febre alta e persistente, entre 38º C e 40ºC, irritação na pele, conjuntivite, inchaço nos pés e mãos, gastroenterite (infecção intestinal) e dor abdominal. Os casos que evoluíram para choque e óbito apresentaram baixa pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos.
Ainda em relação a Covid-19, os casos confirmados chegaram a 192.652 no Ceará, com 8.076 mortes, de acordo com dados da plataforma IntegraSUS atualizados no final da tarde de ontem. O número de pessoas recuperadas passou de 164 mil.
Já o Brasil contabilizou mais 1.175 mortes por Covid-19 em comparação com o dia anterior, chegando a 104.201 mortes relacionadas ao novo coronavírus. O País tem 3.164.785 casos confirmados, sendo 55.155 nas últimas 24 horas. 2.309.477 pessoas se recuperaram da doença.
Síndrome inflamatória multissistêmica
Febre: 92,7%
Manchas na pele: 61%
Dor abdominal: 56,1%
Vômito: 48,8%
Dificuldade de respirar: 31,7%
Inchaço: 31,7%
Conjuntivite: 26,8%
Diarreia: 26,8%
Tosse: 24,4%
Dores no corpo: 22%
Dor de cabeça: 19,5%
Coriza: 14,6%
Náusea: 14,6%
Fraqueza: 12,2%
Dor de garganta: 7,3%
Dor atrás dos olhos: 2,4%
Fonte: Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)
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