Em alusão ao Outubro Rosa, o IPIAÚ ONLINE entrevistou a psicóloga Thais Ribas para discutir os desafios emocionais e psicológicos enfrentados por mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Segundo Ribas, o tratamento envolve procedimentos invasivos que podem comprometer profundamente a autoestima, a imagem corporal e a identidade feminina das pacientes.
Desafios físicos e emocionais
“O diagnóstico e o tratamento trazem muitos desafios físicos, psicológicos e emocionais. Os efeitos físicos dos procedimentos invasivos podem, em graus variados, impactar a autoestima e a forma como a mulher se vê”, destaca Thais. Ela ressalta a importância de respeitar a privacidade e as escolhas da paciente, evitando vitimizá-la ou reduzi-la à condição de doente: “Ela continua tendo uma individualidade que deve ser reconhecida para ajudá-la a enfrentar e se adaptar às diferentes fases do tratamento.”
A importância do acompanhamento psicológico
Durante o acompanhamento psicológico, o profissional oferece um espaço seguro para que a paciente possa expressar seus sentimentos e pensamentos. A psicóloga enfatiza que a psicoeducação desempenha um papel crucial na compreensão do diagnóstico e no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento: “Além de ajudar na compreensão da doença, o psicólogo pode orientar em questões relacionadas ao processo de adoecimento e tratamento.”
Rede de apoio: um alicerce fundamental
Ribas pontua que as mulheres precisam de uma ampla rede de apoio para lidar com as transformações que o câncer de mama traz, tanto para suas vidas quanto para a vida das pessoas ao redor. “O apoio ajuda com questões emocionais e práticas do dia a dia, além de favorecer a troca de informações para uma melhor adesão ao tratamento e prognóstico”, afirma.
Apoio psicológico no SUS e em projetos comunitários
O acesso ao atendimento psicológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é facilitado com o aumento das Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON). Além disso, Thais alerta que é possível buscar apoio por meio de encaminhamentos realizados por unidades de saúde e projetos voluntários, como o Projeto Mão Amiga e o Grupo de Apoio às Mulheres com Câncer.
Apoio psicológico é essencial
Para a psicóloga, é crucial que o tratamento seja realizado em um ambiente de saúde humanizado e especializado, com suporte emocional antes, durante e após a cirurgia. “Lembrando que 70% dos parceiros acabam o relacionamento durante o tratamento, o que torna ainda mais imprescindível a existência de uma equipe de suporte emocional para acompanhar a paciente nesse momento difícil”, finaliza Thais Ribas.
Durante o Outubro Rosa, a conscientização sobre o câncer de mama vai além da prevenção; é também uma oportunidade para fortalecer a importância do apoio psicológico como parte essencial do tratamento integral das mulheres.
Ipiaú Online / Fábio Rodella
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