População de Dário Meira cobra solução para as enchentes e alagamentos; Riacho do Meio nunca foi o vilão
Quando as primeiras ocupações irregulares começaram a surgir às margens do Riacho do Meio, com a autorização e conivência das nossas autoridades políticas (Executivo e Legislativo), por volta dos anos 2000, a população de Dário Meira não tinha noção do problema que estava por vir, mal sabia ela que o crescimento desordenado de uma cidade, em áreas de risco ou de preservação ambiental, é um problema que tem preço, pago com perdas materiais ou até mesmo com a vida.
Enquanto a população de Dario Meira assistia atônita, inerte e indiferente as ocupações do espaço do Riacho do Meio, mal sabia ela que a água de rios e riachos (perenes ou não) tem seu fluxo, que precisa ser respeitado, pois essa é a lei da natureza. Impedindo ou não, águas de rios e riachos sempre exigirão passagem, e, às vezes, os novos caminhos ou fluxos que elas seguem, deixam marcas, prejuízos, tristezas e dor.
Aqui é importante dizer que o Riacho do Meio não foi, não é e nunca será o vilão. Pelo contrário, o Riacho do Meio é a vítima, desprezado ao longo dos anos, sobretudo por quem tinha o dever de cuidá-lo e preservá-lo, que por interesse pessoal, egoísmo e ganância de poder preferiu “matá-lo” com esgotos e construções irregulares. Pelo voto só não autorizaram construir sobre as pontes porque passam carros. Pelas histórias contadas por nossos idosos e estudiosos, o Riacho do Meio, juntamente com o rio Gongogi, é um símbolo de Dário Meira, outrora temido e respeitado que banhava e dava comida (peixes) à nossa população.
Passaram-se os anos, as construções irregulares às margens e dentro do Riacho do Meio foram aumentando a ponto de impedir quase por completo a passagem da sua água, mas a água segui seu fluxo, ela sempre exigirá passagem e como muitos dos acontecimentos são frutos das nossas ações, hoje boa parte da população de Dário Meira paga o preço por não ter impedido a ocupação irregular do riacho. Se antes o problema era de alguns, hoje o problema é de todos, dos que são diretamente atingidos pelas constantes enchentes e alagamentos de suas ruas e casas e dos que solidariamente tem socorrido os atingidos.
Por meio da dor, do desespero e dos prejuízos a população de Dário Meira vem percebendo a necessidade de respeitar a natureza. Vozes começam a ecoar cobrando solução para as constantes enchentes e alagamentos de ruas e casas, inclusive de áreas que não conviviam com esse tipo de situação. Nossas autoridades (Prefeito e Vereadores) estão sendo desafiados a apresentar uma solução. Fato é que a população está saturada e emocionalmente abalada. O problema das enchentes e alagamentos das ruas e casas de Dário Meira precisa ser tratado e resolvido para ontem, é questão urgente e séria. O preço que a população tem pago é econômico, com perdas de bens materiais, mas se o problema persistir, fatalmente poderá pagar com a vida.
A população precisa sim se indignar e cobrar uma solução para as enchentes e alagamentos das ruas e casas da nossa cidade, as chuvas não podem se tornar tormentos para a nossa população. Não sabemos qual a solução mais viável para resolver o problema, mas ela tem que vir.
A iniciativa de debater o assunto é louvável, audiências públicas são imprescindíveis para direcionar caminhos e soluções, o município, por meio da prefeitura precisa elaborar estudos, com profissionais técnicos capacitados para ver qual a melhor saída.
Talvez seja verdade que Dário Meira não tenha recurso suficiente para bancar um projeto tão complexo, mas é o preço que tem que se pagar por tamanha irresponsabilidade ao longo dos anos. Se o munícipio não tem recurso, então será preciso buscar ajuda dos governos estadual e federal. Enfim, a população de Dário Meira pede SOCORRO.
Derinho Vieira – Cajazeira em Foco
Veja mais notícias no Ipiaú Online e siga o Blog no Google Notícias