A síndrome de final de ano se manifesta com a aproximação das festas de fim de ano, período que propicia sentimentos antagônicos e conflitantes, despertando em muitas pessoas alegria e satisfação, enquanto outras, mais vulneráveis devido ao histórico e dinâmica de vida ou a algum transtorno mental de base, sentem muita angústia, melancolia e ansiedade e ficam bem introspectivas, e até mesmo deprimidas.
O final de ano simboliza encerramento, conclusão, fim de um ciclo e início de outro, o que leva a reflexões, retrospectivas e avaliações. “Estas autoavaliações podem ser rígidas e intransigentes em relação ao que se realizou e vivenciou durante o ano, e também ao que não se fez, o que pode resultar em melancolia, tristeza, ansiedade e frustração”, explica a psicóloga Marilene Kehdi.
A percepção que a pessoa tem de si mesma e da vida (cobrança interna e externa) também influencia demais no desencadeamento da síndrome.
A solidão também é um fator que pode provocar a síndrome. Muitas pessoas se sentem desamparadas e sozinhas nesta época do ano, o que as entristece demais. O alto nível de estresse (acumulado durante o ano) também é um agente que pode desencadear a síndrome, ou até mesmo, o estresse de ocasião.
Sintomas físicos, comportamentais e psicológicos da síndrome de final de ano:
· Alterações do humor (irritabilidade acentuada, alternada com apatia e tristeza);
· Crises de ansiedade e, em alguns casos, crises de pânico;
· Insônia ou sono excessivo;
· Alterações na alimentação (perda do apetite ou episódios de compulsão alimentar);
· Fadiga;
· Dores musculares constantes;
· Náuseas;
· Dores de cabeça;
· Aumento no consumo de bebida alcoólica;
· Diminuição da libido;
· Em alguns casos, aceleração e direção agressiva no trânsito;
· Em casos mais graves, pensamentos suicidas e tentativas de suicídio.
O fato é que existe um sofrimento causado pela síndrome de final de ano e muitas pessoas o sentem em maior ou menor grau. Para amenizar esse sofrimento, aconselha-se não fazer aquilo que não se deseja fazer como, por exemplo, ir a festas apenas para atender às expectativas alheias. É importante se respeitar e não participar daquilo que não se quer, mas também não buscar o isolamento, nem se entregar à dor e à solidão.
Faça atividades que irão relaxá-lo, acalmá-lo e fazê-lo mudar o foco. Respire profundamente várias vezes ao dia. Converse com pessoas de sua confiança, desabafe; verbalizar sua dor vai aliviá-lo e amenizar sua angústia.
“Exercite diariamente a mudança dos padrões de pensamentos, procure ponderar na autoavaliação, sendo menos autocrítico. Respeite seus limites. Seja mais otimista”, enfatiza a psicóloga Marilene Kehdi.
Esteja disposto a fazer coisas que irão gerar bons sentimentos. E se a tristeza persistir, busque ajuda especializada. É fundamental investigar e tratar a causa para então se curar.
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