
A cantora Claudia Leitte foi vaiada por parte dos foliões que acompanhavam a abertura do carnaval de Salvador, nesta quinta-feira (27), no circuito Osmar (Campo Grande). A artista foi alvo de denúncias de racismo religioso por ter trocado o nome de um orixá em uma música.
As vaias aconteceram no momento que Claudia Leitte foi chamada por Brown. Na mesma hora, outras pessoas decidiram gritar o nome da cantora em apoio. Vídeos do momento viralizaram nas redes sociais.
A artista participou do “camarote andante”, que liderado por Carlinhos Brown, que também recebeu Sarajane, Ricardo Chaves, Daniela Mercury, Márcio Victor, Serginho, Gilmelândia, Felipe Pezoni, Xanddy Harmonia, o Grupo Olodum e representantes de grupos de afoxé, como Filhos de Gandhy e Cortejo Afro.
Polêmica por troca de letra
Claudia Leitte foi criticada após mudar um verso da música “Caranguejo” desde que se tornou evangélica. A cantora optou por passar a cantar o trecho “Eu canto ao meu Rei Yeshua” ao invés da letra original, “Saudando a rainha Iemanjá”.
MP-BA recebe pedido de recomendação para que Claudia Leitte não seja contratada pelo governo e Prefeitura de Salvador
Um artista que saiu em defesa de Claudia Leitte após a polêmica da mudança da letra foi Carlinhos Brown. Em entrevista, o cantor disse que o gesto não significa que a colega seja preconceituosa.
Quem também apoiou a cantora foi Tatau: “O carnaval é maior que Tatau, Claudinha, Bell e Ivete. É maior que todos nós. Eu vou passar, todo mundo vai passar, e o carnaval vai continuar aí. Esfrie sua cabeça, que está tudo certo”, comentou o cantor.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito para apurar um possível ato de racismo religioso cometido por Claudia Leitte, após o primeiro show de ensaio de verão da artista no Candyall Guetho Square, também em Salvador, onde fica a sede da Timbalada, banda criada por Carlinhos Brown.
Em vídeos que viralizaram na web, a cantora aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico) ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”, como já fez em outros shows pelo Brasil desde 2014, mesmo período em que se converteu evangélica.
A atitude da cantora gerou polêmica nas redes sociais e foi comentada pelo então secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e pela professora e vencedora do Prêmio Jabuti, Bárbara Carine.
O procedimento apura a “responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal”.
G1
Veja mais notícias no Ipiaú Online e siga o Blog no Google Notícias