Anvisa aprova primeira injeção para prevenir infecção do vírus do HIV

Foto: Reprodução/Unplash

Um novo medicamento ao Cabotegravir, uma injeção aplicada a cada dois meses para prevenir a infecção pelo HIV, recebeu o registro da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).

Desenvolvida pela farmacêutica GSK, a injeção tem o nome comercial de Apretude. O medicamento funciona como uma profilaxia pré-exposição ao vírus (PrEP). No Brasil, desde 2017, a estratégia é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de comprimidos diários.

O tratamento é destinado aos grupos específicos considerados de maior risco de exposição ao HIV, como homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e pessoas que não vivem com o vírus, mas estão em um relacionamento sorodiscordante (em que a outra pessoa vive com o HIV).

Uso de comprimidos no tratamento

A versão em comprimidos da profilaxia distribuída nos postos de saúde do país é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Considerando a necessidade do uso diário e constante dos comprimidos, muitas pessoas desistirem do tratamento a longo prazo. Pensando em evitar esse problema, pesquisadores têm investido em novos fármacos capazes de aumentar a aderência do público-alvo, como os de longa duração, que podem ser aplicados em intervalos maiores, ou em formatos de implantes.

Aderência da injeção ao SUS

Embora a Anvisa tenha concedido o registro do novo medicamento para o Cabotegravir injetável, a sua aderência ao Sistema Único de Saúde, passará por alguns tramites burocráticos.

O Ministério da Saúde precisa avaliar a incorporação ou não do novo fármaco à estratégia da PrEP no SUS, e planejar as regras para isso.
No entanto, a Fiocruz já havia anunciado no ano passado que iria implementar um projeto piloto com a PrEP injetável no Brasil, juntamente com o financiamento da Unitaid, agência global de saúde ligada à OMS.

Aumento dos casos no Brasil

As novas formas de prevenir a infecção pelo HIV chega em um momento em que o Brasil registra um avanço no número de novas contaminações. A edição mais recente do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids aponta que, entre 2011 e 2021 o número de diagnósticos saltou 198% no país, passando de 13,7 mil ao ano para 40,9 mil.

O Ministério da Saúde estipula que um milhão de brasileiros vivem com o vírus. No mundo, o programa para aids das Nações Unidas (Unaids) estima um total de 38,4 milhões de indivíduos.

Por outro lado, graças à terapia antirretroviral (TARV), os casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) caíram 18,5% no mesmo período no Brasil, passando de 43,2 mil novas notificações, em 2011, para 35,2 mil, em 2021. Isso acontece porque os medicamentos atuais conseguem controlar a infecção do HIV, impedindo a evolução para a sua forma grave, que é a aids.


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