Diante da dificuldade em adquirir máscaras de proteção, o Ministério da Saúde fará uma campanha nas redes sociais para estimular a população a fazer suas próprias máscaras de pano, em uma espécie de barreira física contra o novo coronavírus.
O objetivo é garantir uma alternativa de proteção e diminuir a corrida por esse tipo de produto, garantindo a oferta a profissionais de saúde.
A previsão é que a campanha seja lançada nesta sexta-feira (3).
No material, o ministério vai recomendar que a população use máscaras de pano sempre que sair de casa e tenha uma reserva a tiracolo. Também é recomendável levar uma sacola para guardar a máscara suja quando precisar trocar.
A medida representa uma mudança nas orientações da pasta, que até então vinha recomendando que máscaras fossem usadas apenas por quem apresentava sintomas ou se sentisse em maior situação de risco.
Um vídeo deve ser divulgado com orientações de como cada um poderá fazer sua máscara, nos moldes de um “faça você mesmo”.
As dicas: cada máscara deve ter ao menos duas camadas de tecido para ser uma barreira física eficiente.
O item também deve ter elásticos ou tiras para amarrar acima da orelha e abaixo da nuca, de forma a proteger a boca e o nariz.
E faz a máscara com o quê? Vale tudo, dirá o ministério na campanha, em etapa de produção.
“Desmanchar camisa velha, usar pedaço de tecido, calça antiga, cueca e até cortina, o que for”, aponta.
O material também trará alertas. Um deles: a máscara é uso individual e não pode ser dividida com familiares. O uso deve ocorrer por apenas cerca de duas horas —depois desse período, é preciso trocar.
Nesse sentido, o ideal, segundo alertará a pasta, é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano.
Ao chegar em casa, o material deve ser lavado com água sanitária. A recomendação é deixar de molho por cerca de dez minutos.
Para incentivar a adesão, a pasta fará uma campanha para que a população envie vídeos com o material que fizer.
Na quarta (1º), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia citado que a pasta prepara um protocolo para indicar máscaras de pano a parte da população.
“A gente vai fazer esse protocolo, vai divulgar, para a gente usar no ônibus, no ir e vir, pessoal que está na parte de menor contato, que fica mais na questão do isolamento social, mais no distanciamento, mas que precisa de reforço de barreira por conta da profissão, por conta da atividade.”
A medida ocorre em um contexto em que o ministério enfrenta dificuldade para obter equipamentos de proteção individual para oferta à rede de saúde, sobretudo máscaras.
De acordo com Mandetta, secretarias de saúde já estão abastecidas, mas o risco de sobrecarga no sistema alerta para a possibilidade de falta desses equipamentos.
“É lutar com as armas que a gente tem. Não adianta agora ficar lamentando que a China não está produzindo. Nós vamos ter que criar as nossas armas e serão aquelas que nós tivermos”, disse.
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