Recentes publicações trazidas a luz da sociedade pelo G1 e O Valor Econômico, registram que em 2018 rendimento dos 1% mais ricos do país cresceu 8,4%, enquanto os 5% mais pobres perderam 3,2%.
Como era de se esperar, a maior parte dos bilionários brasileiros, 48 vem do setor financeiro, segundo a lista elaborada pela revista “Forbes”. Ao todo são 206. Na sequência, aparecem o setor de atacado e varejo, com 29 bilionários, e de alimentos e bebidas, com 27.
O investidor Jorge Paulo Lemann, ocupa o topo da lista pelo sétimo ano seguido por seus outros 2 sócios, com um patrimônio total de R$ 104 bilhões, vendendo ilusão em forma de cerveja, para pobres, enquanto crescem os acidentes de transito e violência doméstica contra a mulher e a família. Mais uma vez, os publicitários e a falta de educação e consciência dos povo oprimido, têm forte culpa neste cartório.
Mesmo diante de um quadro de lenta retomada econômica e elevado desemprego, os mais ricos subiram ainda mais, e o Brasil colheu mais uma notícia negativa em 2018: – A concentração de renda voltou a crescer. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quarta-feira (16/10/19) e têm como base a Pesquisa Mensal por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Pesquisa essa, que aliás, sofre corte orçamentário, pois não é o foco deste governo, revelar a real situação do povo pobre.
No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração de renda, subiu para 0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série histórica e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.
O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de renda de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o melhor resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.
“Essas variações no índice de Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, afirmou a analista do IBGE, Adriana Beringuy.
Na situação regional, apenas o Nordeste não registrou uma piora da desigualdade no ano de 2018. O índice de Gini nordestino marcou 0,520, abaixo do 0,531 apurado em 2017. Segundo o IBGE, no entanto, a desigualdade de rendimento no Nordeste só recuou porque os brasileiros com maior rendimento da região tiveram perdas. Também, para quem não tem o mercado financeiro como prática e domínio… o resultado já era esperado.
No entanto, a região nordestina seguiu ostentando os piores números de concentração de renda histórico do país. Depois do Nordeste, apareceram Norte (0,517), Sudeste (0,508), Centro-Oeste (0,486) e Sul (0,448).
Se você é um cacauicultor quebrado, um pequeno comerciante ou prestador de serviço, pastor evangélico de periferia, do sul da Bahia; e apoiou os governos Temer e Bolsonaro achando que sua situação iria melhorar… sinto muito, pela desilusão e seu auto engano, mas esta festa não é para você! Quem diz isto não sou eu, são os números geoeconômicos.
Mulheres, pretos, nordestinos e pessoas sem instrução são os brasileiros com renda mais baixa.
A pesquisa divulgada pelo IBGE é mais uma a captar o aumento da concentração de renda no país diante da deterioração do quadro econômico dos últimos anos. Em agosto, a Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo que apontou que a desigualdade cresce há 17 trimestre seguidos.
O 1% mais rico ganha 33,8 vezes mais que os 50% mais pobres.
A análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajuda a explicar a piora da desigualdade no ano passado. Segundo o IBGE, houve queda em 2018 nos ganhos das classes que formam os 30% mais pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
Entre os 1% mais ricos do país – ou seja, aqueles que ganham em média R$ 27.744 por mês –, o rendimento médio avançou 8,4% na comparação com 2017. Na outra ponta, os brasileiros que fazem parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da renda.
Só lembrando que em Ipiaú e a nossa microrregião, tem mantido nos últimos anos, renda média 1/3 da renda média nacional. Ou seja, menos de R$ 10 mil por cabeça. Enquanto não voltarmos a produzir algo localmente, e, continuarmos importando tudo, vivendo do INSS e do FPM… a situação só tende a piorar.
Com o resultado de 2018, a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8 vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820). É a maior distância já apurada pelo instituto. Em 2017, essa relação era de 31,2 vezes.
Em 2018, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.234, um ligeiro crescimento em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).
Os 10% da faixa privilegiada da população, concentram 43,1% da massa de rendimentos
Um outro indicador que ilustra o tamanho da concentração de renda no país pode ser mensurado pela concentração da massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita – nesse quesito, levam-se em conta as várias formas de renda, não apenas a obtida com trabalho. De 2017 para 2018, ela cresceu de R$ 264,9 bilhões para R$ 277,7 bilhões.
Desse total de R$ 277,7 bilhões, a fatia de 10% da população com os rendimentos mais baixo possuíam 0,8% da massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos concentravam 43,1%, segundo o IBGE. Os rendimentos médios mensais dessa elite dos 10% mais ricos superou inclusive a proporção detida por 80% da população (41,2%).
Infelizmente, a cada ano, a Aposentadorias e o FPM ganham importância cada vez maior e aumenta a nossa dependência econômica, com esse nosso povo “improdutivo”
A pesquisa do IBGE também apurou que a participação de aposentadoria e pensão ganhou importância na composição do rendimento médio mensal domiciliar per capital. No ano passado, a aposentadoria e pensão representaram 20,5% do rendimento médio mensal domiciliar. Em 2017, essa fatia era de 19,9%.
A maior participação na composição do rendimento médio ainda vem do trabalho (72,4%), seguido por outras fontes (27,6%). Também aparecem outros rendimentos (3,3%), aluguel e arrendamento (2,5%) e pensão alimentícia (1,2%).
“A proporção de pessoas com rendimento do trabalho caiu, e isso tem relação com a perda de empregos formais. Já a proporção de aposentadorias continua aumentando, o que pode estar relacionado a mais pessoas buscando o benefício e por componentes demográficos, tanto que é mais forte no Sul e Sudeste, onde a população está mais envelhecida”, disse a gerente da PNAD Contínua.
Bolsa Família em queda do número de inscritos, desde 2016
A quantidade de famílias que recebe o Bolsa Família diminuiu nos últimos anos, brutalmente. Situação difícil de entender, já que houve reajuste acima da inflação, conforme anunciado pela custosa máquina marqueteira do governo. É uma jogada enga trouxa. Embaralhamento de números e conceitos, que mais confunde ao explicar.
Em 2018, 13,7% dos domicílios do país recebiam o benefício do Bolsa Família.
Em 2012 e 2014, essa fatia era de 15,9% e 14,9%, respectivamente.
No Nordeste e no Norte, 28,2% e 25,4% receberam o beneício, respectivamente, no ano passado.
Entre os brasileiros beneficiados com o Bolsa Família, o levantamento apurou que 71,7% tinham abastecimento de água de rede em geral, 37,6% tinham tratamento de esgoto, 75,7% contavam com coleta de lixo, e 99,3% possuíam energia elétrica.
Ainda segundo o IBGE, entre os domicílios que recebiam o Bolsa Família, 95,3% possuíam geladeira; 30,2% máquina de lavar; 95,2% televisão; e 13,3% microcomputador. Enquanto isso, o governo Bolsonaro ainda vai pagar o pau de bonzinho com os pobres, por ter concedido de forma inusitada, (somente em 2019) o 13º do programa.
Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.
Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.
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