Justiças e injustiças
Não sei, não me foi dado conhecimento de Ipiaú ter reconhecido a grandeza da personalidade, as indiscutíveis cultura, inteligência, saber, e seriedade de num dos nossos mais ilustres conterrâneos.
Fomos contemporâneos no Ginásio de Rio Novo, em que ingressou e de onde saiu, após concluir o então Curso Ginasial, antes de mim.
Deixou nossa cidade, indo residir na capital, onde prosseguiu nos seus estudos, tendo-se graduado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Ingressou no serviço público municipal em Salvador, ingressando em seguida na Política, sendo eleito deputado federal na sigla PFL (Partido da Frente Liberal) sob a liderança do Governador Antônio Carlos Magalhães, chegando ao Senado da República. Ainda como Deputado, integrou a Assembleia Nacional Constituinte de 1986 a 1988.
Waldeck Vieira Ornelas também esteve à frente do Ministério da Previdência Social e, atualmente, segundo a “Wikipédia, A Enciclopédia Livre”, é Diretor do Instituto de Educações e Teconologias – INET, em Salvador.
Há pouco, quando a administração nunicipal patrocinou estrondorosas comemorações do 90º aniversário da Emancipação Política do Município de Ipiaú, chegou-me a conhecimento a prestação de muitas homenagens e, antes, do “batismo”, “desbatismo” e “rebatismo” de artérias urbanas, largos e praças, assim como de escolas e outros tipos de prédios e serviços.
Cheguei a ver um vídeo mostrando “Saci” e outras pessoas que “povoaram” nossas ruas, algumas detentoras de inegável mérito, mas infelizmente todas niveladas, tanto na divulgação quanto nas aposições de nomes, com aquelas que nada fizeram pelo crescimento, pelo desenvolvimento cultural, educacional, econômico, moral, social, técnico ou tecnológico de nossa terra, de nossa população.
Não ouvi que tenha sido, sequer, lembrado o nome de Waldeck Vieira Ornelas e, muito menos do seu pai, Waldemiro Ornellas, cidadão que trabalhou e viveu nesta cidade, foi proprietário da Farmácia Ypiranga e exerceu funções de Assessoria e de Secretaria em mandatos de dois Prefeitos de Ipiaú. No mesmo “ostracismo” foram legadas ao esquecimento diversas, tantas outras personalidades como, por exemplo, Oscar Borges de Lacerda, Eurípedes de Souza Brandão, Sandoval Fernandes Alcântara, Jorge Lopes da Cunha, e de outros, muitos deles baluartes da luta pela nossa emancipação político administrativa.
Será que cabe perguntar onde está o reconhecimento e o sentimento de justiça?
José Carlos Britto de Lacerda é advogado
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