Viúva de Adriano aponta quem mandou matar Marielle em proposta de delação, diz revista

Em conversa com promotores do Rio de Janeiro, a viúva de Adriano da Nóbrega, Julia Mello Lotufo, revelou quem teria sido o mandante da execução de Marielle e Anderson. Ela negocia um acordo de delação premiada. Segundo a revista Veja, ela detalhou a participação de Adriano em homicídios encomendados e listou agentes públicos que receberam propina para acobertar crimes.

A viúva está em prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica. De acordo com publicação da Veja, Julia propôs colaborar para conseguir revogação de medidas determinadas pela Justiça e recuperar a liberdade. Ainda não há resposta do MP sobre o pedido de delação e alguns promotores relataram inconsistências e falta de provas em alguns relatos.

Segundo a Veja, após a morte de Adriano, Julia contou que o capitão não teve participação na morte da vereadora e cobrou satisfações a comparsas em Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. A viúva disse que ele estava preocupado com a possibilidade de as investigações atrapalharem os negócios da região.

De acordo com o relato, integrantes da milicia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram Adriano para discutir a possibilidade de ele preparar um plano para assassinar Marielle, alegando que a atuação da vereadora estaria colocando os negócios em risco.

Julia afirma que Adriano teria considerado a ideia absurda e arriscada e foi surpreendido com a notícia do crime. Ao cobrar satisfações, teria ouvido que a ordem partiu do alto-comando da Gardênia Azul. Segundo a Veja, fontes consultadas pela reportagem não quiserem informar o nome da pessoa que ordenou a execução.

Um dos chefes da milicia de Gardênia Azul é o ex-vereador Cristiano Girão, aponta a Veja. Em setembro de 2020, a Polícia Civil realizou busca e apreensão em endereços de Girão e de Ronnie Lessa, PM reformado preso por participar da morte de Marielle.

A reportagem cita, ainda, que no início do mês de julho, Julia esteve com o promotor Luís Augusto Soares de Andrade. Dois dias depois, o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que Simone Sibílio e Letícia Emile, promotoras que investigavam a morte da vereadora desde 2018, deixaram a força-tarefa do caso Marielle.

Ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega foi apontado pela Polícia Civil do Rio como chefe da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste Rio. O PM era amigo de Fabrício Queiroz e foi homenageado por Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes. A mãe e a ex-mulher de Adriano, Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa, chegaram a ser lotadas no gabinete de Flávio na Alerj. Nóbrega foi assassinado em um confronto com policiais na Bahia, em 9 de fevereiro de 2020, após ficar escondido em uma propriedade na zona rural de Esplanada, cidade a 160 km de Salvador.

Adriano chegou a ser relacionado na participação da morte de Marielle, mas a hipótese foi descartada pelos investigadores. Na última segunda-feira (12), foi divulgado que o corpo dele foi exumado e passará por novos exames de perícia para avaliar as circunstâncias de sua morte.


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