Um vereador do Rio Grande do Sul proferiu declaração racista em uma sessão da câmara dos vereadores de Canguçu, a 269 km de Porto Alegre. Não é a primeira vez que o político profere falas do gênero.
O vereador, Francisco Vilela (PL), fazia um discurso sobre o aumento da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), proposto pelo governador do estado, Eduardo Leite. Vilela comentava sobre o envio de verbas do governo federal para outros estados quando proferiu o comentário.
“Bah, não veio pagamento ‘pinga-pinga’. Com aquele dinheiro da Covid, essa negrada nos estados deitaram e rolaram. Palmas pro Bolsonaro, palmas pra quem mandou o dinheiro”, disse o vereador.
O Movimento Quilombola e Negro de Canguçu repudiou as falas e pediu a punição do vereador. “É inadmissível que uma autoridade ocupante de cadeira no poder Legislativo quebre o decoro parlamentar e ofenda a comunidade negra”, afirmou.
Segundo o G1, o episódio da segunda-feira (22), não foi a primeira vez em que o vereador Francisco Vilela proferiu uma fala considerada preconceituosa. Em junho de 2023, ele chamou uma servidora de “neguinha, puta”.
Após a sessão, a trabalhadora registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investigou o caso e indiciou o vereador por injúria racial. O Ministério Público analisou o indiciamento e entendeu que, além da injúria racial, Vilela deveria responder por prática, induzimento e incitação de discriminação e preconceito de cor.
A Câmara de Canguçu abriu um processo de cassação por suposta quebra de decoro parlamentar, mas, após votação, o pedido foi rejeitado.
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