Um novo estudo, publicado este mês na revista Virus Evolution, e citado pela CTV News, coloca a hipótese de que as vacinas podem exigir atualizações até que as infeções diminuam.
Para chegar a esta conclusão, uma equipe de investigadores de um hospital alemão, Charite-Universitatsmedizin Berlin, examinou quatro coronavírus da constipação comum que infectam humanos pelo mesmo mecanismo utilizado pelo SARS-CoV-2 – através da proteína spike.
Os cientistas construíram uma árvore filogenética – um diagrama em forma de árvore que mostra o processo evolutivo de vários espécimes e espécies – que mostra o progresso evolutivo dos coronavírus.
Depois, fizeram uma comparação com a árvore filogenética do H3N2, uma cepa do vírus da gripe que é conhecida pela sua capacidade em escapar da resposta imunológica. Foi encontrada uma semelhança: todos eles tinham a forma de uma escada.
“Uma árvore assimétrica desse tipo provavelmente resulta da substituição repetida de uma variante de vírus circulante por outra com uma vantagem de aptidão”, disse a líder do estudo, Wendy K. Jo, do Charite’s Institute of Virology. “Isso é evidência da ‘deriva antigênica’, um processo contínuo que envolve mudanças nas estruturas da superfície que permitem que os vírus evitem a resposta imunitária humana.
Isso significa que esses coronavírus também escapam do sistema imunológico, assim como o vírus da gripe. No entanto, também é preciso ter em conta a velocidade com que essa adaptação evolutiva acontece”, acrescentou.
Os investigadores foram capazes de determinar a velocidade com que os vírus evoluíram, com os vírus da gripe verificando mutações quatro vezes mais rápido do que os coronavírus.
“No que diz respeito à SARS-CoV-2, esta é uma boa notícia”, disse Christian Drosten, diretor do Instituto de Virologia e investigador do Centro Alemão de Pesquisa de Infeções.
No entanto, o SARS-CoV-2 está sofrendo mutações a uma taxa mais rápida do que os coronavírus do estudo, mas os investigadores acreditam que isso se deve ao número de infeções em todo o mundo.
“Com base nas taxas de evolução observadas nos coronavírus da constipação comum, esperamos que o SARS-CoV-2 comece a mudar mais lentamente quando as infeções começarem a diminuir”, disse um dos autores do estudo, Jan Felix Drexler.
Assim que a pandemia estabilizar e os números diminuírem, as atualizações de vacinas irão tornar-se menos comuns, mas até então vão precisar de ser alteradas consoantes as variantes.
“Esperamos, portanto, que as vacinas contra a Covid-19 precisem de ser monitorizadas regularmente durante a pandemia e atualizadas quando necessário. Assim que a situação se estabilizar, as vacinas provavelmente permanecerão eficazes por mais tempo”, disse Felix Drexler.
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