Vacinação completa é chave para evitar danos da variante delta, dizem órgãos europeus

A vacinação completa é chave para evitar casos graves de Covid-19, inclusive os provocados pela variante delta, que chega a ser duas vezes mais transmissível que o Sars-Cov-2 original, disseram nesta quarta (4) em comunicado conjunto a EMA (agência regulatória europeia) e o ECDC (centro europeu de controle de doenças).

A recomendação se segue a um aumento da circulação da variante delta nos países da União Europeia e do Espaço Econômico Europeu (os 27 da UE, mais Noruega, Islândia e Liechtenstein), acompanhados pelas entidades.

“A vacinação também é importante para proteger aqueles com maior risco de doenças graves e hospitalização, reduzindo a propagação do vírus e evitando o surgimento de novas variantes preocupantes”, diz o comunicado.

As entidades também recomendam que os países avaliem o custo-benefício de reduzir o intervalo entre a primeira e a segunda doses, dentro dos limites autorizados, especialmente para os mais propensos a desenvolver casos graves de Covid.

Alguns países europeus adotaram intervalo de 12 semanas entre as doses do imunizante da AstraZeneca –medida que, de acordo com estudos, aumenta ainda mais sua eficácia–, mas estão revendo voltar a um espaçamento de 28 dias, para conter a disseminação da variante delta.

As entidades também reafirmaram que o caso de infecções em quem já foi vacinado não indica problemas com os imunizantes, disse Fergus Sweeney, Chefe de Estudos Clínicos e Fabricação da EMA. “Embora a eficácia das vacinas seja muito elevada, nenhuma é 100% eficaz. Enquanto o vírus continuar a circular, continuaremos a ver infecções. No entanto, quando ocorrem, as vacinas podem prevenir doenças graves e reduzir significativamente o número de hospitalizados.”

A EMA e o ECDC afirmam também que mesmo as pessoas já completamente imunizadas devem continuar tomando medidas de prevenção ao contágio, como usar máscaras e respeitar o distanciamento físico.

Essa recomendação foi reforçada em entrevista da OMS (Organização Mundial da Saúde), pela diretora de imunização, Katherine O’Brien. “Os casos de infecção em países com vacinação avançada estão acontecendo não por defeito dos imunizantes, mas porque os cuidados contra contágio estão sendo relaxados”, disse ela.

Segundo a epidemiologista, “sempre haverá pessoas mais suscetíveis à Covid e, se não quisermos uma escalada de casos graves e mortes, precisamos manter as medidas de prevenção”.

Katherine O’Brien também disse que, embora em grande parte dos países os menores de 18 anos não estejam sendo vacinados, as aulas não devem ser paralisadas por isso, e a imunização dos alunos não deve ser requisito para frequentar a escola.

“O mais importante no momento é vacinar os adultos que lidam com os estudantes e manter os cuidados básicos”, disse ela.

Os especialistas da OMS também afirmaram que não é possível determinar ainda qual seria a porcentagem de vacinação necessária para que a população fique protegida —a chamada imunidade de rebanho.

No começo da pandemia, esse número era estimado em cerca de 75% da população, mas vários fatores indicam que ele deve ser maior que isso, afirmou o diretor-executivo da entidade, Michael Ryan.

Entre eles estão a disseminação de variantes muito mais contagiosas que o Sars-Cov-2 original, presente quando foram feitas as primeiras estimativas, o fato de que a eficácia das vacinas varia muito de produto para produto e de grupo para grupo e a ainda desconhecida duração da proteção oferecida pelos imunizantes.

De acordo com Katherine O’Brien, esse limiar, no qual as pessoas imunizadas formam uma espécie de barreira protetora contra as não protegidas, depende muito de quão transmissível é o vírus. Ela citou o exemplo do sarampo, que se espalha rapidamente, e contra o qual é preciso que no mínimo 95% das pessoas estejam vacinadas.

“No caso da Covid, esse número ainda é desconhecido, mas uma coisa é certa: é preciso acelerar a vacinação e reduzir a desigualdade global na proteção das pessoas”, disse.


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