A Justiça do Distrito Federal condenou sete policiais militares – um deles tio de ichelle Bolsonaro, primeira-dama do Brasil – a 10 anos de prisão por organização criminosa. Acusado de participar de uma milícia responsável por esquema de grilagem de terras, o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira é irmão de Maria Aparecida Firmo Ferreira, mãe de Michelle.
Segundo o site Metrópoles, os militares foram presos em maio de 2019 no âmbito da Operação Horus, ação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que desarticulou o grupo. Indícios apontam que os agentes atuavam para beneficiar esquema ilegal de parcelamento de terras no Sol Nascente. O pedido de prisão preventiva de João Batista foi expedido pela Auditoria Militar do Distrito Federal. À época, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Polícia Civil do Distrito Federal também cumpriram 15 mandados de busca por meio da primeira fase da Operação Horus, que é acompanhada pela Corregedoria da PM.
João Batista é morador e conhecido na região. Segundo os investigadores, os acusados foram responsáveis pelo surgimento de dezenas de loteamentos ilegais na área. À reportagem, a PMDF informou que colaborou com as investigações e que o caso corre sob sigilo de Justiça.
A denúncia do MPDFT a qual o Metrópoles teve acesso, descreve que o tio de Michelle Bolsonaro, assim como outros investigados, “negocia lotes de ‘beco’ [áreas destinadas originalmente para passagens de pedestres] e outros terrenos de áreas públicas ‘griladas’”. Um dos diálogos, conforme a denúncia, confirma o modo de agir da organização criminosa, que se valia de violência para expulsar pessoas dos lotes de interesse.
Em uma das conversas grampeadas, de 31 de julho de 2015, o primeiro-sargento comenta “que tem um vagabundo querendo invadir a chácara de novo”. “João narra que falou para o cara ligar para ele cedo, porque ele vai ‘arruma’ (sic) uns pistoleiros. João diz que já mobilizou ‘uns polícias’ (sic) lá para ajudá-lo”, transcreve um trecho da denúncia.
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