Reforma da Previdência: será o fim das pequenas cidades?

Há um GRAVE PROBLEMA MACROECONOMICO no projeto da reforma da Previdência enviada ao Congresso Nacional. – Coisa de amador! Coisa de ditador!

O projeto visa apenas e tão somente a equação da questão financeira, deixando de lado a questão social e a macroeconômica do país. Desprezando por completo, como de fato tem girado a nossa economia. Feliz, ou infelizmente, mas a verdade é que mais de 82% dos municípios brasileiros, dependem da formação de renda vinda das aposentadorias e dos programas sociais federais. Porém, desde sempre a economia é circular… se as cidades pequenas não consomem, as grandes não vendem!!!

Imagine que você fosse o comandante de uma tropa de infantaria do exército, e estivesse em plena guerra. De repente, vindo da retaguarda, desce a colina gritando, apavorado acenando com um papel na mão, um soldado que chega com uma ordem do departamento orçamentário do alto comando, solicitando que as frentes contenham as tropas e suas ações, de modo que caibam dentro do orçamento previsto. – Piada… só pode ser! Essa certamente seria a sua definição, para a tragicomédia, em meio à guerra.

Pois é… uma piada!

Essa deveria ser a nossa definição da imbecil determinação da simplória, ditatorial e anárquica determinação oficial da equipe econômica liderada pelo banqueiro carioca Paulo Guedes, que vem a público, bate o pé, e afirma insistentemente que não abre mãos dos R$ 1,2 trilhões de “economia nos gastos” previstos na sua reforma, a fim de reequilibrar as contas públicas.

As questões de fundo que ficam são: com o teto dos gastos (PEC 55) a qual deixou livre apenas e exclusivamente, os gastos financeiros (pagamento de juros e gastos com a interferência cambial) para onde vão estes R$ 1,2 trilhões? Por conta de quem? E para quem se destina de fato?

Que as contas públicas precisam ser equilibradas, isso até o mais revolto e tonto soldados raso paraquedista, sabe! A questão é outra… como? Quando? De que forma? Qual o impacto resultante? E enquanto isso, o que faremos com a tropa em batalha neste momento?

Vejam, a nossa economia brasileira tem girado, infelizmente, inquestionavelmente, há décadas, pela captura centralizada de cerca de 2/3 dos recursos arrecadados pelos governos. Os quais, são destinados de forma ultra centralizada no GOVERNO FEDERAL; o qual, transfere e ameniza o quadro na forma REDISTRIBUTIVA, inversamente proporcional a população, dos pequenos municípios brasileiros, parte destes recursos. Ainda hoje, muitos municípios brasileiros tem população abaixo de 50 mil habitantes. E mais de 97% das nossas cidades tem população menor que 200 mil habitantes.

A nossa economia é predominantemente taxada sobre o consumo. Logo, quem de fato ARCA com a carga tributária, é pois, quem enfia o biscoito na boca! Se a grande empresa da capital, não saiu no prejuízo; quem arcou com toda a carga tributária, (impostos, taxas, desperdícios e até os gastos com a amante do megaempresário) foi quem por último, tendo comprado a mercadoria, a consumiu.

Caso sejam amputadas de forma repentina as veias que irrigam a economia do conjunto dos municípios brasileiros, e não sejam de imediato implantadas formas outras, de manutenção da vida (ciclo econômico), TODA A ECONOMIA brasileira irá definhar abruptamente. Perigosamente. Anotem ai as consequências imediatas preanunciadas: o PIB vai cair fortemente, os fluxos migratórios retornarão as grandes cidades, a violência vai explodir, as igrejas pentecostais vão crescer, as filas nos hospitais serão intermináveis… tudo bestamente!

Será que o governo militar-bolsonarista, sabe a diferença entre: Reforma da Previdência e Reforma da PREFERÊNCIA? E qual é a mais eficaz e portanto, será efetiva?

 

Economista-financista que não ouve: urbanista, sanitarista, ambientalista, comerciantes, planejadores, estrategistas, médicos, enfim: os prefeitos das cidades… não merece respeito, que dirá de ser levado a sério.

Primeiro deveriam deixar de assaltar os recursos da Seguridade Social via DRU, combater as fraudes, os privilégios, as desonerações, as anistias e Refis do Refis, a falta de cobrança, a proposital falta de critérios previamente posicionados a dar margem as gigantescas judicializações… e não retirarem dos pequenos.

Se não reagirmos eficazmente a tempo, eles vão conseguir o feito.

Sobre o surrado balcão do congresso, as torneiras já foram posicionadas para irrigar a velha política! É desta forma que nossos representantes se vendem. Ou melhor, nos vendem. E os desgraçados ainda nos entregam amarrados, amordaçados e de costas.

ATENÇÃO: Não caiam na velhaca armadilha de nos dividirmos neste FLA x FLU programado! Aqui em baixo, seremos todos atingidos em benefício da corte. Perante o agente do INSS, não importa o partido da sua preferência.

Antes que saírem papagaiando o discurso “vencedor” veiculado nas redes sociais e nas grandes mídias, em propagandas e apoios pagos pelos governos; pergunte o que de fato o conjunto da sua cidade vai ganhar com isso?

Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo, como reflexão complementar a leitura.

https://www.youtube.com/watch?v=t1wcXJKHSNY&t=601s

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.


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