Descontentes com o governo de Jair Bolsonaro, líderes dos chamados “partidos do centrão” estariam discutindo a possibilidade de votar a reforma da Previdência sugerida por Michel Temer no ano passado.
De acordo com a Folha de S. Paulo, desde a última semana, integrantes de partidos que defendem as reformas, mas não estão satisfeitos com Bolsonaro pensam em ignorar a proposta atual. Para esses parlamentares, a reforma de Temer é menos dura, mais transparente e tem projeções mais factíveis. Essa seria, também, uma maneira de “mandar um recado” a Bolsonaro.
Diferente
Para os deputados, a proposta de Paulo Guedes possui regras de transição muito complicadas, com três modelos que funcionariam juntos. A proposta de Temer, no entanto, é vista como mais simples.
Enquanto Temer sugeria uma economia de R$ 800 bilhões em 10 anos, Guedes promete R$ 1 trilhão. A proposta aprovada na comissão especial sobre a reforma na Câmara tinha definido um valor bem menor, de R$ 600 bilhões.
Questionado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, negou a intenção de trazer de volta a proposta de Michel Temer, mas confirmou que deve se encontrar com líderes nesta terça-feira, 26, para discutir a reforma.
Em entrevista ao jornal, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou que a reforma de Bolsonaro “morreu, não tem chance de ser votada e aprovada”. O deputado afirma, no entanto, que há um “senso de responsabilidade”por parte dos parlamentares. “Acredito que talvez a gente retome o texto de Arthur Maia, o que resolveria o problema a curto prazo da Previdência e ao mesmo tempo o centrão não seria derrotado”, indica.
‘Não tem nem 50 votos’
Na última segunda-feira, 25, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, afirmou que o governo não possui nem 50 votos para aprovar a reforma da Previdência. “Hoje não tem cinquenta votos. Nem o PSL vota 100%. Talvez o governo tenha sido amador por falta de experiência”, declarou, em entrevista à revista Veja.
‘Qual é o problema?’
Questionado, José Neto, líder do Podemos, não descartou a possibilidade de retomar a proposta de Temer. “O Bolsonaro não disse que a reforma agora está nas mãos do Congresso? Então qual o problema de o Congresso ressuscitar a reforma de Temer? O importante é passar uma reforma, não importa quem ela seja”, declarou.
O que acontece agora?
Para ser aprovada, a proposta precisa de votos favoráveis de 308 dos 513 deputados, e de 49 dos 81 senadores.
Guedes, que iria à Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 26, defender a proposta, teria sido avisado sobre a possibilidade de um esvaziamento da Comissão de Constituição e Justiça, decidiu enviar técnicos em seu lugar.
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