Presidente de torcida organizada do Bahia é suspeito de envolvimento no ataque a bomba contra ônibus do time

Half Silva prestou depoimento à polícia

O presidente da torcida organizada Bamor, do Esporte Clube Bahia, Half Silva, prestou depoimento na 6ª Delegacia de Brotas, em Salvador, na tarde desta sexta-feira (25), um dia após o atentado com um artefato explosivo contra o ônibus do clube, na noite de quinta (26).

Half Silva é um dos suspeitos de envolvimento no crime. Um dos carros usados para fuga dos participantes do ataque é do líder da torcida organizada. Apesar de ser ouvido pela polícia, ele não foi preso.

Segundo informações do advogado de Half Silva, Otto Lopes, ele trabalhava, na Rua do Salete, bairro de Barris, em Salvador ,quando foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Otto Lopes informou que Half Silva estava em Feira de Santana, onde assistia a partida entre Bahia de Feira e Coritiba, pela Copa do Brasil. O advogado do presidente da Bamor afirmou que o cliente dele não sabia do ataque e tem como comprovar que não estava em Salvador na noite de quinta (24).

Segundo apurações do ge, Half Silva afirmou que deixou seu carro na sede e seguiu para Feira de Santana.

A Secretaria de Segurança Pública informou que o outro carro identificado no local do ataque está no nome de outro integrante da torcida organizada. As Polícias Civil e Militar seguem coletando imagens do momento em que o ônibus foi atingido e ouvindo testemunhas.

“Estamos atuando em conjunto para localizar todos os envolvidos. A população pode ajudar denunciando através do telefone 181. Os carros possivelmente utilizados foram um do modelo HB20, cor branco, e outro modelo Duster, cor verde escuro”, disse o comandante do Bepe, tenente-coronel Elbert Vinhático.

Um dia após o atentado com um artefato explosivo contra o ônibus do Bahia, a TV Bahia teve acesso exclusivo ao interior do veículo e registrou que ainda é possível ver manchas de sangue, estilhaços e pedaços de vidro pelo chão.

Um dos artefatos explosivos entrou pela janela do lado direito, onde ficam as últimas cadeiras do coletivo. Um assento chegou a ser rasgado e pedaços de vidro ficaram espalhados.

O veículo foi periciado ainda na quinta-feira na Arena Fonte Nova e, em seguida, foi levado a uma garagem na região de Itinga, próximo ao antigo Centro de Treinamento do Bahia, o Fazendão.

No começo da tarde desta sexta-feira (25), o goleiro Danilo Fernandes postou foto nas redes sociais onde mostra como ficou após o atentado. O jogador segue internado no hospital e ainda precisará realizar exames oftalmológicos antes de receber alta. Nas redes sociais, o jogador questionou até quando esse tipo de violência seguirá ocorrendo.

“Pensei muito se postava isso ou não, mas é preciso (que) todos vejam o que realmente aconteceu. Graças a Deus estou bem, estou VIVO. Até quando?”, questionou o atleta.

Polícia Civil investiga o caso
A Polícia Civil iniciou a investigação logo após o ataque. Nesta sexta-feira (25), a delegada Francineide Moura disse que a apuração está na fase inicial, mas afirmou que a polícia trabalha com a hipótese do ataque ter sido feito por pessoas que estariam em dois veículos.

“Pelas informações iniciais seriam dois veículos, mas ainda não temos mais informações. Os responsáveis podem responder por diversos crimes, como porte de explosivos, lesões corporais, danos e outros crimes”, contou.

De acordo com apuração do ge, os suspeitos são torcedores do Bahia. Alguns atletas passaram mal diante do susto.

Por meio das redes sociais, o governador da Bahia, Rui Costa se posicionou sobre o caso e disse que determinou a imediata apuração.

“Nada justifica o ataque covarde contra o ônibus do Bahia na noite desta quinta-feira. Futebol não é campo de guerra. Jogadores, sejam eles do Bahia, Vitória ou qualquer outro time, são profissionais e merecem respeito”, escreveu.

Rui Costa, governador da Bahia, se pronunciou sobre ataque a ônibus do Bahia, em Salvador — Foto: Redes Sociais

Em nota, a Arena Fonte Nova repudiou veementemente o ataque ao ônibus do Esporte Clube Bahia. O ataque ocorreu quando o ônibus passava nas imediações da Estação do Metrô de Brotas, próximo ao viaduto de Pitangueiras.

Apesar de o fato ter ocorrido fora do local do jogo, a Arena afirmou que prestou toda a assistência necessária aos feridos com o acionamento dos brigadistas e de ambulância.

G1


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