É questão de tempo para que o Progressistas (PP) volte oficialmente à base de apoio ao governo do estado. Na prática, o partido já compõe a bancada governista na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e mantém uma relação próxima com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Apesar disso, a proximidade atual com o grupo do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afasta a legenda de cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões na gestão estadual.
De acordo com fontes do Portal A TARDE, esse problema deve acabar após as eleições de outubro. Os partidários da aliança do PP com Bruno Reis e ACM Neto (União Brasil) se limitam ao grupo do deputado federal João Leão (PP) e do secretário municipal Cacá Leão (PP), que têm o compromisso da sigla de seguir fiel a esse grupo até 2024. Passado o período eleitoral, o Progressistas deve ficar livre para firmar uma aliança com o governo do estado.
“Não deve acontecer imediatamente após a eleição, porque senão fica chato. Mas, naturalmente, no decorrer de 2025, a aliança deve ser firmada. É natural. É o que a maior parte do partido quer e é o que o governador quer também. É uma questão de matemática. O PP é um partido grande, com fundo eleitoral, com tempo de TV e, por isso, logicamente, interessa a todo mundo”, confidenciou um parlamentar da sigla.
Um encontro recente do deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA), presidente estadual da legenda, com o governador Jerônimo Rodrigues levantou suspeitas de que a negociação já estaria acontecendo entre as partes. A conversa entre os dois, porém, não teve relação com uma possível retomada da aliança, mas sim com emendas parlamentares.
“Ainda não há conversas sobre uma aliança oficial. Não tem como isso acontecer agora. Isso vai começar, como eu disse, em 2025. Mas tenham certeza que os dois lados veem isso com naturalidade. Já sabemos que vai acontecer. É só uma questão de tempo”, garantiu o deputado ao Portal A TARDE.
Relação do passado
O PP foi aliado do PT na Bahia durante aproximadamente 13 anos, a partir de 2009. A relação foi rompida em 2022, após os petistas escolherem Jerônimo Rodrigues como candidato ao governo do estado, impossibilitando que o então vice-governador João Leão assumisse o governo da Bahia.
Leão alegou que havia um acordo para que ele assumisse como governador, o que não foi cumprido pelo então gestor estadual Rui Costa (PT) e o principal líder petista no estado, o senador Jaques Wagner (PT). Com isso, o PP migrou para o grupo liderado por ACM Neto, terminando assim derrotado nas eleições de 2022.
Já em 2023, porém, a bancada do PP na Alba se juntou ao grupo governista na Casa, começando a reaproximação com o PT. Nos bastidores, a maioria da legenda confirma a intenção de retornar à base do governo.
Alguns parlamentares, incentivados pelos líderes do PT no estado, já alimentam um outro partido: o Avante, para onde foi o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, antigo quadro do PP. O próprio deputado federal Neto Carletto (PP-BA), sobrinho de Ronaldo, já atua como se fosse do Avante.
O deputado estadual Niltinho (PP), líder do partido na Alba, é outra liderança que já se encontra bem próxima do Avante e estuda a mudança de sigla na janela eleitoral de 2026, caso o PP não retome a aliança com o governo do estado.
A Tarde
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