Política: Teoria do Agendamento – Veja como somos manipulados

  

Na era da informação e da conectividade digital, “onde todos tem acesso a tudo instantaneamente”, a primeira impressão é que agora, ninguém vai conseguir lhe embrulhar mais, pois, você acompanha o andar dos temas e debates, no seu celular, em qualquer hora e lugar e portanto, você enfim, está ligado e ciente de tudo que está rolando na política, economia, coleta do lixo, cultura…

Ledo engano! Quanto maior o volume de informação veiculada e dirigida, as quais você se expõe, maior o poder da incidência, influência e eficiência das distorções programadas pela Teoria do Agendamento.

Repare que o atual governo (taxado preliminarmente pelos estudiosos de governo Golden Shower), bem como tantos outros anteriores; toda semana tem algum escândalo pipocando em tela, na mídia. Aí você pergunta, como pode tamanhas asneiras tomarem as manchetes do noticiário nacional?

Isto não é por acaso, e tem um proposito político e econômico, muito bem agendado e previamente articulado. Não se engane!

Se bem compreendida, a Teoria do Agendamento e suas implicações acerca do tema, tudo lhe ficará mais claro, porque tanta disputa pela presidência do legislativo, quais mídias serão eleitas à receber os recursos das propagandas oficiais do governo, ou a pressa em saber qual a definição do escopo duma “Agenda de Governo”.

Veja abaixo, de forma simplória, o quadro comparativo com os temas em evidência, versus as definições oficiais subterrâneas nos bastidores oficiais do planalto. De um lado a isca, e do outro, o fato.

 

O livro “A Arte de Pensar Claramente” de Rolf Bodelli: – O empresário-filosofo suíço, nos alerta que “inconscientemente” tratamos até mesmo a história dita verdadeira, como algo adaptável. Ajustável aos nossos moldes e ideologias. Isso porque “vestimos a história como provamos roupas”. Adequando-as aos nosso modo sui generis. Segundo a teoria, a realidade da vida é enfim, uma confusão pior do que um novelo de lã. E daí, a adaptamos à projeções induzidas. Pura jogada de cena e inércia neural.

Pois nosso cérebro e “preguiçoso” (objetivo) e gosta muito duma historinha… e portanto acaba fazendo imediatas afixações de adjetivos ao invés de substantivos. Opta tendenciosamente por versão tácita em detrimento da investigação profunda. Pois assim, conseguimos guardar o que nos fascina, e ainda, dar múltiplas interpretações, uma para cada ocasião e lugar, inclusive. O enredo nos serve de corrimão, ao invés de uma linha investigativa e enfadonha, da lógica investigativa e por fim, cognitiva. Ou seja, nos enganamos ao aceitar por embalo e portanto, “nos informarmos”, com o que mais nos agrada convenientemente! Por outro lado, também, pelo apelo à saciedade do sentido de pertencer a torcida do time que está ganhando. Sem se tocar que em verdade pode-se estar respondendo ao estímulos ventríloquos.

“Imagine um marciano invisível que caminha ao seu lado com um bloco de notas igualmente invisível na mão e anota tudo que você faz, pensa e sonha. A ata da sua vida consiste em observações como “tomou café com dois cubinhos de açúcar”, “pisou em uma tachinha e amaldiçoou o mundo”, “sonhou que beijava a vizinha”, “marcou a viagem de férias nas Maldivas, custou os olhos da cara”, “pelos na orelha, arrancou na hora” e assim por diante.

Trançamos esse caos de detalhes em uma história: Queremos que nossa vida forme um cordão que possamos seguir. Muitos chamam esse fio condutor de “sentido”. Se nossa história corre durante anos em linha reta, passamos a chamá-la de “identidade”.

Fazemos o mesmo com os detalhes da história universal, modelando-os em uma história sem contradições. O resultado? De repente, “entendemos”, por exemplo, por que o Tratado de Versalhes levou à Segunda Guerra Mundial ou por que a política monetária branda de Alan Greenspan levou à falência do Lehman Brothers. Entendemos por que a Cortina de Ferro teve de cair ou por que Harry Potter se tornou um best-seller. Obviamente, o que hoje chamamos de “entender” ninguém entendia no passado. Ninguém podia entender. Construímos o “sentido” a posteriori.

Portanto, as histórias são uma coisa questionável — porém, aparentemente, não podemos ficar sem elas. Por que não, é uma incógnita. O que sabemos é que as pessoas explicaram o mundo primeiro através de histórias, antes de começarem a pensar cientificamente. A mitologia é mais antiga do que a filosofia. Eis o viés de história: as histórias distorcem e simplificam a realidade. Elas reprimem tudo que não se encaixa direito.

Nos meios de comunicação de massa, o viés de história se propaga como uma epidemia. Exemplo: um automóvel atravessa uma ponte. De repente, a ponte desaba. O que vamos ler nos jornais do dia seguinte? Ouviremos falar da história de má sorte daquele que estava no automóvel, de onde ele vinha e para onde estava indo. Conheceremos sua biografia: nasceu em tal lugar, cresceu em outro, tinha tal profissão. Caso ele sobreviva e consiga dar entrevistas, ouviremos exatamente como se sentiu no momento em que a ponte desabou.

O absurdo: nenhuma dessas histórias é relevante cientificamente.

Relevante não é o homem azarado, e sim a construção da ponte: onde exatamente estava seu ponto fraco? O material perdeu a resistência? Em caso afirmativo, onde? Em caso negativo, a ponte estava avariada? Em caso afirmativo, o que causou sua avaria? Ou teria sido empregado um princípio de construção fundamentalmente impróprio?

O problema em todas essas questões relevantes: não cabem em uma história. Sentimos atração por histórias e aversão a fatos abstratos. Isso é uma maldição, pois aspectos relevantes são desvalorizados em favor de outros irrelevantes. (E, ao mesmo tempo, é uma sorte, pois, do contrário, só haveria livros técnicos e nenhum romance.)
De qual das seguintes histórias você se lembraria melhor? a) “O rei morreu e, em seguida, morreu a rainha.”; b) “O rei morreu e, em seguida, a rainha morreu de tristeza.” Se você respondeu como a maioria das pessoas, irá memorizar melhor a segunda. Aqui, as duas mortes não se sucedem simplesmente, mas têm uma ligação emocional. A história A é o relato de um fato. A história B produz “sentido”. Segundo a teoria da informação, na verdade, a história A é mais fácil de ser arquivada. É mais curta. Mas nosso cérebro não entende assim.

Uma propaganda que conta uma história funciona melhor do que a enumeração racional das vantagens de um produto. Observadas objetivamente, as histórias sobre um produto são secundárias. Mas não é assim que nosso cérebro funciona. Ele quer histórias. O Google comprova muito bem esse fato no spot americano do Super-Bowl de 2010, que pode ser encontrado no YouTube com o título “Google Parisian Love”.

Moral da história: da própria biografia até a história universal, modelamos tudo em histórias “que nos fazem sentido”. Assim, deturpamos a realidade, o que prejudica a qualidade de nossas decisões. Como contramedida: pense em cada história separadamente. Pergunte a si mesmo: o que essa história está querendo esconder? E, para treinar, tente ver sua própria biografia fora de contexto. Você vai se surpreender.”

Lembre-se, você é sócio dum país que é a 9ª. maior economia do planeta. Há muitos interesses em jogo correndo nos bastidores, os quais, há um grande esforço, da famigerada “mão invisível”, para que você esteja afastado de perceber e exigir algo em contraparte, por mais sagrado que seja.


Aos que pensarem em contrário, cria-se e/ou elege-se uma carapuça imaginária bem feia, e afixa-se ao sujeito “herege” até ele(a) acreditar que de fato ficou ou é, horrível.

Para o leitor sobrevivente que chegou até este ponto do raciocínio… por favor, antes de prosseguir, volte ao início do texto e repares as 3 primeiras figura atentamente e responda para você mesmo, os quesitos abaixo:
1)    Quantos golfinhos você consegue contar na figura 1?
2)    Quantos cancioneiros você consegue contar na figura 2?
3)    A figura 3, está estática ou piscou para você?
Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo, como reflexão complementar a leitura.
https://www.youtube.com/watch?v=hEQ080ec4ug

Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.

 


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