Política: Bode expiatório, um velho artifício da política!  

 

Desde sempre, ou melhor, desde a era primaz em que a sociedade passou a ser dominada pelos ditos governos estatais e/ou eclesiásticos; que os governantes, fazem uso desta famigerada prática: A Teoria do Bode Expiatório, para por fim, conseguirem suas verdadeiras pretensões, e resolver suas disputas políticas, com o povo, em especial, as custas dos mais fracos e indefessos. Desde a barganha na dispensa da circuncisão… nunca fora diferente.

Nas reformas em curso no Brasil: a da previdência e a dos militares, a novela do bode já começou!

Haja vista, a estranhíssima proposta da reforma do sistema de aposentadoria dos militares enviada ao congresso. A ideia camuflada é: – anexar um monte de penduricalhos estranhos ao objeto da pauta, para depois retira-los, e por fim meter “goela” abaixo o trabuco em tamanha esperteza.

Os nossos milicos de sombra, desde sempre objeto de presépio da segurança nacional, aquartelados por natureza, que historicamente para irem à guerra do Paraguai por exemplo, convocou em seu lugar, os escravos… ou no golpe pré-combinado da República, que o traje fora em verdade o pijama… os mesmos que sorrateiramente terão direito constitucional a prévios reajuste salariais, criação e ascensão a cargos pré aposentatórios, aposentadoria com salário integral além de se aposentarem mais cedo. Está é a verdadeira entrega ao qual o paraquedista capitão das areias cariocas, pretende deixar como espólio a seus pares superiores. Em separado, justiça seja feita aos soldados rasos da infantaria. Em especial, aos da guerra urbana cotidiana. Estes sim heróis, não aqueles mais de 500 generais prestes e se aposentarem pelo teto, em comunhão dos outros inúmeros, acumulados as pencas na reserva em sombra.

Por fim, quem vai acabar levando a culpa do desequilíbrio das contas governamentais, serão sem dúvida, os de menor valor nas aposentadorias… os aposentados rurais, as empregadas domésticas, os serventes sem registro e tantos outros indefessos. Quando se deveria combater em primeiro: deixarem de assaltar os recursos da Seguridade Social via DRU, combater as fraudes, os privilégios, as desonerações, as anistias e Refis do Refis, a falta de cobrança, falha legal previamente posicionados a dar margem as gigantescas judicializações no STF… e não retirarem dos pequenos indefesos.

A trama consiste em dar a entender que estão todos em briga, e que por um fio, tudo mais vai por água a baixo… quando a distração tiver em outro polo, numa madrugada destas, se dará solução na calada da noite, e pronto: – Estará grafado na Constituição da República Federativa do Brasil os privilégios oligárquicos de sempre.

Há séculos que a preparação subliminar da consciência do povo é um instrumento ardiloso embutido na trama da novela política enredada em capítulos gotejados bem sequenciados. Uma vez implantada a semente, basta o plebiscito questionar em público: – quem vocês querem que seja libertado: – Jesus ou Barrabás? E o povo de forma ordeira, repetitiva milenar, feito carneiro ao aprisco, então responde – Barrabás, Barrabás! E para sacramentar, ainda há o gran finale, quando se pergunta de forma definitiva – E jesus? É pois, quando novamente do manifesto popular se ouve em coro: – Crucifica-o, Crucifica-o!

Teoria do bode expiatório:

Diz a lenda que o imperador ao enfrentar dificuldade na coleta dos impostos dos camponeses, determinava aos soldados que deixassem um bode seu, na sala do contribuinte resistente, sob a responsabilidade absoluta deste… passado uma semana, os soldados voltavam lá, e exaustos os camponeses imploravam: – “eu pago os impostos, mas levem este bode daqui, pelo amor de Deus!”.

Há versões em que dois bodes eram levados, juntamente com um touro, ao lugar de sacrifício, como parte dos Korbanot  do Templo de Jerusalém. No templo os sacerdotes sorteavam um dos bodes. Um era queimado em holocausto no altar de sacrifício com o touro. O segundo, tornava-se o bode expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel. Posteriormente, o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel.

E na teologia cristã, a história do bode expiatório no Levítico é interpretada como uma prefiguração simbólica do auto sacrifício de Jesus, que chama a si os pecados da Humanidade, tendo sido expulso da cidade sob ordem dos sacerdotes. Tipologicamente, o bode expiatório é a figura do Messias, que fora enviado ao deserto para ser tentado pelo Diabo.

Em sentido figurado, um “bode expiatório” é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (embora não o tenha cometido). A busca do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos.

A busca do bode expiatório é um importante instrumento de propaganda estatal. Quando usaram-se como bodes expiatórios muitos, ao longo da História, variando de acordo com o local e o período. Um clássico exemplo são os judeus durante o período nazista, que eram apontados como culpados pelo colapso político e pelos problemas econômicos da Alemanha.

Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo, como reflexão complementar a leitura.

Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.


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