Um chamado do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) da Secretaria da Segurança Pública (SSP) surpreendeu uma equipe do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), na manhã de terça-feira (6). A guarnição mobilizou amigos e integrantes da unidade em prol do apoio a uma família em situação de vulnerabilidade social.
Os soldados Tiago Cruz, Almir Witzleden, Leandro Reis e Caio Alves não imaginavam que uma denúncia enviada via 190, sobre uma suposta ocorrência de maus tratos a uma criança, na Rua dos Posseiros, no Nordeste de Amaralina, teria um final completamente diferente.
“A denúncia dava conta de que a criança era maltratada e mantida em cárcere privado, amarrada a correntes. Cumprimos o nosso papel e, chegando na casa, notamos algo completamente diferente do que foi informado na denúncia”, relatou o comandante da guarnição, soldado Cruz.
Na casa, os PMs perceberam que o garoto de 14 anos era bem cuidado e estava sobre responsabilidade de duas tias maiores de idade, enquanto a avó havia saído.
Ao retornar, a idosa informou que, por ele ser portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em grau elevado e não fazer o uso correto das medicações, estava em crise.
“Ela contou toda a história da família e relatou que o adolescente não tomava os remédios por serem muito caros. Nem a família e nem o garoto fazem parte de algum programa de apoio”, detalhou o PM.
Após contato com a família do garoto, uma grande mobilização foi iniciada entre os integrantes da guarnição, amigos e colegas de farda para arrecadar dinheiro. Conforme relatos da cuidadora da criança, para que o tratamento siga normalmente é necessário uso contínuo de Fenergan (10mg), Respidon (3mg) e Aristab (15mg), sendo a caixa do último medicamento a mais cara, custando aproximadamente R$ 380.
“Pedimos apoio em nossas redes sociais e conseguimos arrecadar o valor de R$ 1.920 reais. Nos sensibilizamos com a história da família e decidimos ajudar de qualquer maneira”, contou o soldado.
A guarnição encaminhou a avó do garoto ao Conselho Tutelar do município, para que pudesse dar início ao processo de guarda, pois os pais são moradores em situação de rua, e do Cadastro Único (CADÚnico), no bairro do Comércio. Comovidos com a história, um escritório de advocacia especializado em previdência entrou em contato com os policiais para ajudar em ambos os processos.
Após esses passos, os PMs seguiram para uma farmácia no bairro da Pituba no intuito de comprar os medicamentos. No local um problema impedia a compra. A avó não possuía a versão original da receita.
Para a surpresa de todos, uma médica que aguardava na fila do caixa do estabelecimento preparou uma nova receita e entregou aos policiais. A comoção foi tão grande que a drogaria concedeu um desconto de 94% em cima do valor do remédio, para que o adolescente possa usar continuamente por até três meses.
BN
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