Perícia aponta que porteiro que citou Bolsonaro não é o mesmo que liberou acusado de matar Marielle

A voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). A informação é de um laudo da Polícia Civil obtido pelo jornal O Globo.

Assinado por seis peritos, o documento ainda atesta que o áudio da portaria não teve edição e confirma que quem autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa.

Em depoimento no ano passado, um dos porteiros havia dito que Bolsonaro liberou a entrada de Élcio no condomínio e depois, mudou a versão. Agora a perícia no áudio da portaria atestou que foi um outro funcionário que interfonou para Lessa, que também é morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro.

O crime aconteceu em 14 de março de 2018, por volta das 21h15. A gravação foi feita no mesmo dia, às 17h07m42s, portanto, quatro horas antes da execução.

Antes de o laudo da Polícia Civil ser produzido, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em um exame na gravação feito pelo próprio órgão, no dia 30 de outubro, já afirmava que a autorização para a entrada de Élcio no Vivendas da Barra foi dada por Lessa, e não por Bolsonaro.

O laudo da Polícia Civil foi anexado na última sexta-feira ao processo que investiga o duplo homicídio.

Metro 1


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