Funcionários do centro de educação Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), onde quatro crianças foram mortas por um homem de 25 anos na manhã desta quarta-feira (5), colocaram um manto preto na porta principal da escola.
No final da tarde, pais eram autorizados a passar pelo manto preto e entrar apenas para pegar as mochilas dos filhos, que foram deixadas para atrás naquela manhã.
“Vim só pegar a mochila dele. Na correria, só peguei ele no colo e fui embora. Tava um alvoroço”, disse Pamela Liscano, consultora de viagens, mãe de um menino de quase 3 anos, que estava na creche no momento do ataque.
Ela conta que foi pegar o filho pela manhã depois de receber um áudio no grupo de WhatsApp da escola. Uma professora avisava que havia crianças feridas.
“Conversei com ele, perguntei se ele estava entendendo o que tinha acontecido. Ele só disse que os coleguinhas estavam com muito medo e que ele ajudou os coleguinhas”, disse Pamela. “Eles avisaram que as crianças poderiam voltar na terça-feira. Eu acredito que o meu filho vai voltar. Sei que não foi culpa da creche. Ele gosta muito das ‘profes’. Todo mundo é muito carinhoso”.
O vendedor Carlos Leandro Kroez, pai de uma menina que fez 6 anos na semana passada, tem visão parecida. “Foi um fato isolado. A escola é perfeita. A gente não esperava. A diretora é uma pessoa extremamente dedicada. Não tem nada a ver com a escola. Tem a ver com a maldade da pessoa que fez isso”, disse ele.
Ele também foi à escola buscar a mochila da filha no final da tarde. “Ela não viu as mortes. Eu cheguei em casa e ela só me falou que ladrões entraram na escola. E agora ela está com medo de ladrão. A gente ainda não sabe nem como abordar o assunto. Vamos esperar um pouco”, contou ele.
As quatro crianças começaram a ser veladas ainda na noite de quarta pelas famílias, amigos e moradores da cidade.
Os corpos de Larissa Toldo, Bernardo Cunha Machado e Bernardo Pabst da Cunha são velados na Capela São José, no Centro de Blumenau. O corpo de Enzo Barbosa é velado no Cemitério Salto Norte.
ma das professoras da escola relatou à Folha de S.Paulo que primeiro suspeitou de um assalto e que “só depois viu o massacre”.
“Nunca passou pela cabeça. Isso é muito distante daqui”, disse Simone Aparecida Camargo, que há cinco anos trabalha na escola e cuida de crianças de 4 meses até 3 anos de idade.
Quando homem entrou na escola, Simone estava em uma sala cuidando de quase 20 crianças junto com outras duas professoras.
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