Opinião Elson Andrade: Uma ponte para o Futuro do Pretérito – O fóssil desgoverno Temer

Nas nossas “Ciberdúvidas” e dubiedades cotidianas “modernas”, com distâncias cada vez menor entre o Fato e a Fake: o futuro do pretérito é um caso específico no âmbito dos verbos da ambígua e oximora língua portuguesa, onde a mesma forma verbal (terminação em – ia, etc. acrescentada ao infinitivo dos verbos regulares – andaria, por exemplo) pode representar uma ideia de tempo no sentido de futuro, quando em verdade, trata-se concomitantemente, em parte, do passado, a exemplo, em: “ao contabilizar a história da maçonaria no Brasil, podê-lo-ia concluir que…”

Do ginasial a Philosophiae Doctor da Filosofia (PhD)… se atento aos fatos em detrimento dos discursos… não é difícil distinguir um FdP dum PhD.

Enfim, fica a pergunta: – Foi a língua portuguesa que gerou a contraditória gnose portuguesa, ou os ambíguos portugueses foram quem geraram está dubiedade da língua? Ou ainda, eternamente tudo às claras ao confundir?
Segundo João Sicsú, abaixo transcrito, que nós trouxe um texto por demais esclarecedor, publicado na Revista Carta Capital, que denuncia o que de fato vem acontecendo no Brasil. No artigo intitulado: Quem tem projeto para o Brasil é o sistema financeiro, as multinacionais e os rentistas.

O Sr. Temer é um político muito limitado. Sobressaiu-se porque a média do mundo político tem baixíssima estatura. Seus valores e objetivos são rasteiros. Contudo, é capaz de organizar um pequeno grupo (muito coeso) que lidera centenas de parlamentares (o intitulado Centrão – aquele que o libertou ao vivo na TV, de 2 denúncias gravíssimas, procedeu com a entrega do Pré-sal e oficializa a décadas o assalto financeiro no orçamento público e despesas do Banco Central).

Há uma enorme equivalência: qualquer um dos seus liderados poderia ser o Sr. Temer e o Sr. Temer poderia ser um dos seus. São todos absolutamente idênticos. Essa horizontalidade é um grande facilitador na relação entre todos eles. (nível abaixo de zero – ou escopo dos seculares porões, cortinas e seus ratos).

O Sr. Temer, o seu grupo e seus liderados nunca tiveram um projeto para o Brasil. Podemos imaginar uma pergunta sobre o que desejaria para a sociedade brasileira feita ao Sr. Rodrigo Rocha Loures. A resposta seria a mudez do entrevistado por avaliar que o tema é irrelevante ou extemporâneo. (a final, direita, esquerda, centro, de baixo, de cima, novo, arcaico, liberal ou conservador… quem conseguirá escapar ao cerco e circo denuncista dos “donos” do poder?)

O Sr. Temer e os seus foram “presas” fáceis de quem tem projeto. Quem tem projeto para o Brasil é o sistema financeiro, as multinacionais e os rentistas. Os materializadores desse projeto para o mundo político são os economistas ligados ao PSDB. Em verdade não é um projeto do PSDB em si, eles não são tão inteligentes assim, esse partido dito social-democrata acabou faz anos… mas a cabeça da cascavel, existe e persiste com o siso e ordens vindas da “mafio-estatal-belicista” do Norte.

O Sr. Temer e os seus estão aprovando no Congresso propostas que visam a uma profunda transformação econômica e social do País. Não avaliam que o desemprego de mais de 14 milhões de trabalhadores deve ser combatido com ampla política de estímulo ao consumo e de gastos públicos. (desde que justas e honestas).

A única política econômica que fazem é a das altas taxas de juro que dizem visar ao controle da inflação. Kkkkkk. Não acreditam em políticas macroeconômicas voltadas para o desenvolvimento. Não acreditam em desenvolvimento de países chamados, preconceituosamente, de periféricos. Seu grande modelo econômico e social é a austeridade. (que de austeridade mesmo… na prática, trata-se da religiosidade no pagamento dos juros e transferências de altas somas do orçamento público, ao insosso mercado de câmbio – em plena luz do dia, de segunda a sexta – e no HC).

Temer e seus liderados avançam em várias propostas pontuais (ou microeconômicas). São as reformas trabalhista e da Previdência e a Lei da Terceirização. (ou melhor, transmutação de verbas trabalhistas em verbas discricionárias, “propinotáveis”). Desmontam programas sociais: o Minha Casa Minha Vida, o Farmácia Popular, o Mais Médicos… Desmontam os bancos públicos. Elevam as taxas de juro dos financiamentos da Caixa e do Banco do Brasil. Definham o BNDES, reduzindo seu fundo de empréstimos, e querem elevar a taxa de juros dos seus financiamentos. Privatizam partes da Petrobras e entregam o controle da exploração do petróleo a multinacionais. Possibilitam a estrangeiros a aquisição de terras e a exploração de todos os seus recursos naturais.

O Brasil está quase de volta ao passado colonial, só não voltamos de verdade porque há uma impossibilidade físico-temporal. Mas a arquitetura econômica é a mesma: o Brasil será uma colônia de exploração dos países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, de carona o Japão, Alemanha e China, serão a(as) Coroa(as). Hoje, a dominação não é político-administrativa e bélica, apenas. O que existe é uma dominação cultural numa relação de subordinação exótica aceita gratuitamente, vangloriada, papagaiada por nossos próprios irmão cegos e enfeitiçados, delineados por uma elite econômica e financeira brasileira preguiçosa e maquiavélica-secular; que vive da especulação, em detrimento cada vez mais, da manufatura e dos próprios braços. (através de uma mídia comprada a custas do orçamento público, via campanhas e propaganda governamentais, tudo esfregado na cara dos brasileiros já exaustos, cambaleados e incrédulos – à espera do socorro-abismo).

O sonho dos banqueiros brasileiros é financiar a exploração da colônia, com recursos dela própria e ainda aumentar seus lucros. O desejo das empresas multinacionais é explorar, transportar, beneficiar e comercializar o que é extraído da colônia. O sonho do Sr. Temer e de seus liderados é serem tais como eram os donatários das capitanias hereditárias. Os donatários faziam a “justiça”, organizavam a exploração e roubavam a Coroa. E o sonho dos economistas ligados a este grupo (contratados a serviço das mídias nacionais de TV-Rádio-Sites), é morar na Coroa, cultuando o sonho de vir a dar aula numa universidade americana e ser reconhecido pelo sistema financeiro que tem base nos EUA.
Seremos um país com Estado fraco, sem interesses sociais e nacionais. Aos brasileiros restará trabalhar sob escravização moderna – não racializada, com baixos salários e sem qualquer sistema de seguridade social. Não haverá mais aposentadoria. O Estado não empregará recursos para reduzir a vulnerabilidade social. Os rentistas abocanharão altas frações orçamentárias, com ou sem superávits, e, endividarão ainda mais o Estado. Teremos um pequeno mercado doméstico de consumo com produtos manufaturados importados da Coroa, apenas para bancar as contas correntes da bodega.

A economia brasileira adormecerá na depressão que se encontra. Mas isso não é considerado relevante pelos ideólogos da “austeridade”. Afinal, a economia brasileira estará voltada para o mercado externo. (e quem espernear, será classificado de chato, visionários, esquerdopata, fora da realidade…)

Vamos exportar cada vez mais produtos com baixo valor agregado: petróleo bruto, madeira, milho em grãos, carnes bovina e suína, açúcar bruto, soja e minério de ferro. É necessário lembrar que o trabalho compulsório não remunerado, o latifúndio, a monocultura e a produção para o mercado externo eram as características da economia do Brasil colonial do passado. (inclusive cacau e jovens moça da vida).

Por ironia da história, enquanto o Brasil está caminhando em direção ao passado colonial, sua antiga Coroa – Portugal, tenta se libertar dos programas de pseudo austeridade impostos em 2011 pelo FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Em Portugal, houve redução dos direitos trabalhistas, diminuição dos salários dos funcionários públicos, subtração de direitos sociais, diminuição do valor dos benefícios sociais e privatizações.

A austeridade fez Portugal aumentar as exportações, reforçando a competitividade através da redução salarial. A estratégia de especialização econômica intensificou o modelo tradicionalmente dominante da economia portuguesa – baixos salários para produção de bens de consumo com pouco valor agregado. A austeridade portuguesa foi muito parecida com o programa atual que o Brasil está mergulhando.

Em Portugal, desde 2016 com o governo do Partido Socialista, os mesmo partidos de esquerda, já houve recomposição dos salários dos funcionários públicos, redução da jornada de trabalho do funcionalismo e aumento do valor das aposentarias e pensões. E o desemprego está em queda. O Sr. Temer faz o Brasil caminhar para onde Portugal chegou e já está voltando. A reação de Portugal é um exemplo a ser observado tanto do ponto de vista das suas alianças políticas quanto em relação às propostas econômicas e de recomposição do Estado de Bem-Estar Social.

Como prenda, aos poucos e bons leitores, que se mantiveram firmes e atentos até este ponto do texto… É justamente neste exato ponto e oportunidade da reflexão, que se pode conclui, que a populista Renúncia na Arrecadação própria municipal, (IPTU, ITR, ISS-QN, ITBI) de cunho eleitoreiro, é por fim, uma corda no pescoço, do município sério que pretende autonomia no seu desenvolvimento socioeconômico, pois tal prática, aumenta ainda mais a dependência de transferências federias sórdidas, lastreadas em conspiração e dependência servil.

Cabe ainda lembrar, parafraseando Euclides Neto, que afirmava: – Quem entrou para a vida pública e enricou, roubou! Tem que sair no mínimo endividado. Dizia ele. Afinal, a vereança sadia não deveria gozar de remuneração empregatícia como tal. Pois para a sociedade, mais uma flatulência não faz diferença para quem já está todo defecado… Por outro lado, faz muita diferença a boa gestão pública, em detrimento da politiquinha miúda, ao afastar da carniça os finórios caçadores de gorjetas e mensalinhos municipais, provenientes do lixo.
Conclusivamente, diria minha avó: – É pouca privada para esse grande banheiro público!
Para os mais astutos, sugiro assistir até o fim, aos vídeos abaixo:

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp.

 


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