Opinião Elson Andrade: Um olhar antropológico sobre o Brasil

O Nascimento do Subjetivismo:

Conforme a ciência, no início da civilização, os seres humanos viviam em bandos de cerca de 150 indivíduos, cada. A divisão do trabalho se davam entre homens e mulheres – adultos, crianças e velhos. E foi por causa da oposição do dedo POLEGAR OPOSITOR, “contrário” aos demais dedos irmãos da mão, que enfim, foi percebida as vantagens do manuseio do punho, nas habilidades individuais.

Os espetaculares resultados alcançados com o cultivo da terra e rebanhos, oportunizaram o surgimento dos GRUPOS DE INTERESSES distintos que produziram tamanha sanha reacionária. Isto pela tentativa de alguns grupos, objetivarem malandramente lograr benefício sem o devido trabalho empenhado.

A distinção individual, fez surgir a circunscrição da produção particular. A circunscrição por sua vez, teve como produto o nascimento da PROPRIEDADE privada. A propriedade exigiu o consequente aparelhamento das GUARDAS, afim de garantir a “propriedade privada”.

As Bases Teórica do Estado de Direito:
De modo racional, porém nada republicano surgiu enfim o DIREITO, na tentativa de regrar acesso e proporção aos bens naturais… regramento, muitas vezes vencido pela força e/ou artimanha advocatícia de alguns.

O sentido maior do ESTADO, teoricamente é a soberania do TODO acima dos interesses das partes, ou até mesmo do estrangeiro; em prol do bem comum, mediante ordem e regramento prévio! Desta lógica, poder-se-ia esperar resultados coletivos espetaculares mediante a ordem, o trabalho e o consequente progresso. Porém, desde então, o Estado tem sido ameaçado e até mesmo usado em benefício de indivíduos, grupos, governos e Nações alheias! (pasmem diante de tamanha exploração secular).

As Religiões Como Agentes Conformadores Transcendentais:

O DIREITO viu-se frágil diante do instinto animal do homem. Foi então que as religiões apontaram para a justificação divina do “Status Quo”… Mesmo na era politeísta, já se afirmava – Se é assim, é porque os deuses querem.

No Cristianismo primitivo, em (1ª. Pedro 2:18 e 19) está grafado (aqui sem juízo de valor) – “(18) Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. E no (19) – Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente.”

Eterno dilema é dado ao homem, em optar pelo egocentrismo e a guerra interna entre o corpo (carne) e a alma (espírito), frente às consequências na disputa cotidiana pela sobrevivência e gozo… consigo próprio e com os demais, no tempo e no espaço, na disputa pela saciedade dos seus desejos e necessidades. Em especial, ao relacionarem-se com as fêmeas; não necessariamente as mães e as de dois pés… mas, com as demais.

O Financeirismo Exponencial Sanguessuga Servil:

Antes do surgimento dos derivativos, nada havia sido tão malandro, ilusionista e sagaz, quanto o DINHEIRO. Foi ele, o dinheiro, que tirou o sentido do SER da produção alheia, carreando e/ou impregnando VALOR, transferindo o poder da “representação” transitória material ao dinheiro, como se fosse legítimo, em detrimento da utilidade, escassez e dificuldade da produção em si. As quais poderiam agora serem todas, representadas e liquidadas unicamente pelo próprio dinheiro. O que antes, se pareava matéria-matéria (Escambo), agora passara a ser liquidado via matéria-dinheiro-matéria (Mercantil). E daí para diante, não se fez mais necessário aos sacanas-sagazes, terem que se sujeitarem ao trabalho, para se apropriarem e por fim, TER e trazer as suas barbas, todas as matérias, produção e lucro via criação e manipulação do Valor do dinheiro. Deixando a seus pés, países do resto do mundo, na óptica e perspectiva dos EUA, por exemplo, devido ao papel da conversão cambial internacional obrigatória, mesmo sem lastro real, as demais moedas subordinadas aquele império bélico-monetário-falso.

O Caso Socioeconômico do Brasil:
No nosso caso, a relação com o Estado já começou mal e porcamente. Já que este, não foi necessariamente fruto de uma árdua conquista do povo brasileiro, mas sim, um meio legal da exploração mercantil europeia, desde o nascituro. De lá para cá, a novidade se deu em 1889, quando as oligarquias golpearam os monarcas, em um dentre outros cem golpes… nada mais.

A esculhambação aqui, é ainda mais gritante do que acolá, não apenas por termos sido o último país a tornar ilegal a escravidão, mas pelo fato desta ainda persistir noutra forma de vassalagem via jogo de quantias e valores monetários e altas somas em pagamento de juros e remessas de lucros ao exterior.
Entregar o nosso petróleo, minérios, o de melhor da nossa produção agrícola, deixando aos brasileiros o café de terceira, enquanto a Alemanha, por exemplo, logra o lucro da moagem e distribuição do produto fabril?

Ainda pior, ser impedido de executar a BR-163 (onde muitos passam semanas atolados no barro) e ainda barrados da criação de novos municípios na Amazônia, ouvindo discursos falaciosos de ONGs estrangeiras, aqui instaladas, justamente com esta missão…

Numa terra onde os meio de produção pertence ao patronato tarnsnacional, injetar dinheiro nas mãos de pobres e trabalhadores, nada mais é do que esperar o reto retorno nos caixas dos próprios detentores dos meios de produção e do governo. É como um dono de parquinho de diversão, de uma pequena cidade, ao doar “vouchers” às crianças carentes, que gastarão tudo e imediatamente no próprio parque em distrações… inocentes e felizes, bestamente.

Numa campanha eleitoral como a presidencial de 2018, a esperança anda em baixa… pois já sabemos: – O Brasil está rendido. Sequer temos acesso ao nosso próprio dinheiro depositado nos bancos. Onde para utilizarmos do créditos temos que furar a barreira dos insanos 442% ao ano. Se aparece algum candidato em devesa do Estado do Bem Estar Social, logo algum soldado-jornalista-Pjotizado, aparece para lhe questionar sobre o direito do aborto, a cota racial, o kit gay… ou qualquer outras adversidades que possam desviar a atenção do espectador e jogá-lo nas garras do conservadorismo adesista de plantão.

Como indagava minha avó – Como dormir constantemente com uma desta e dizer que passa as noites bem?

Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo:

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp

https://www.youtube.com/watch?v=dt3Zyhb3Gt8

 


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