Opinião Elson Andrade: Governo Temer eleva à 50% brasileiros com renda inferior a um salário mínimo

Maioria dos brasileiros não sabem o que de fato está em jogo, nas disputas políticas-ideológicas federais. Pois se soubessem, não seria novidade constatar que metade dos trabalhadores brasileiros tem renda menor que 1 salário mínimo, conforme aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ai você se pergunta: – o salário mínimo não é uma conquista legal dos brasileiros? A resposta é: a renda abaixo do mínimo é possível entre trabalhadores informais, ilegais, semiescravos e por conta própria. Por outro lado, na ponta da pirâmide, os mais ricos, o céu é o limite: pesquisa revela que 10% da população concentra 43% da soma dos rendimentos totais do país. E ainda, na contramão, a renda extra de juízes supera o que 96% dos brasileiros ganham.

Após alguns dias de jogo de cena, (típico do governo Temer), mas sem surpresas, o governo mefistofélico, sancionou o aumento de 16,38% na remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a despeito da desaprovação popular à medida, além de ser ilegal a concessão de aumento de despesas ao governante a com menos de 180 dias do fim do seu governo (conforme lei de responsabilidade fiscal, e mais do que isso, ignorando o rombo fiscal. Isso não para por ai, dado que diversos outros cargos, terão direito “automático” ao mesmo índice.

Recente pesquisa divulgada pelo IBGE, revela que metade dos trabalhadores brasileiros recebem por mês, em média, R$ 810 por mês. Na outra ponta da pirâmide, o rendimento daqueles que ganham mais, é 360 vezes maior do que a renda dos trabalhadores que têm renda mais baixa. Logo, os números provam que o golpe-crise econômica acentuou a desigualdade no Brasil, aponta IBGE. E portanto, o governo Temer, já conseguiu entregar mais uma das contrapartidas encomendadas, pelos financiadores do golpe. Afinal, riqueza é uma questão mais relativa do que quantitativa. Se o Brasil vai mal, é exigido que se aperte o cinto dos mais fracos, para garantir, ou ainda, performar e manter, tamanha relatividade.

Hilariante, o Brasil já é conhecido como o países com a pior desigualdades de rendimento do mundo! Essa pesquisa enfatiza ainda mais o quão desigual é o país; disse a gerente da pesquisa do IBGE.

O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Naquele ano, o salário mínimo era de R$ 880. Dos 88,9 milhões de trabalhadores ocupados no ano, 44,4 milhões recebiam, em média, R$ 747 por mês.

No início da década passada, a grande briga política tinha como objetivo, elevar o salário mínimo a 100 dólares. Muito bem… ao longo dos anos que se sucederam, chegamos perto do 300 dólares e agora, o retrocesso começou a entregar resultado declinante, no governo Temer.

Em detalhe, a pesquisa aponta que do total de trabalhadores, 4,4 milhões (5%) recebiam, em média, apenas R$ 73 mensais. Já 889 mil (1%) recebiam, em média, R$ 27 mil. “Isso significa que aqueles com maiores rendimentos recebiam 360 vezes mais que os com menores rendimentos”, enfatizou a pesquisadora.

Logo, a soma dos rendimentos recebidos por todos os brasileiros em 2016 foi de R$ 255 bilhões por mês, em média. Desse valor, 43% estava concentrado nas mãos de 10% da população mais rica do país. Já a parcela dos 10% das pessoas com os menores rendimentos, detinha apenas 0,8% da massa salarial.

A pesquisa aponta ainda em análise territorial regional, que a Região Sudeste sozinha concentrou R$ 132,7 bilhões 52% da massa de rendimento do país, superior à soma das demais 4 regiões do país. As regiões Sul (R$ 43,5 bilhões – 17%) e Nordeste (R$ 43,8 bilhões – 17%). Já as regiões Centro-Oeste (R$ 21,8 bilhões – 9%) e Norte (R$ 13,4 bilhões – 5%) produziram, respectivamente, 16,4% e 10,1% do Sudeste.

Desigualdade no Brasil: Classe A-A 1% concentra 43%. Regiões Sul-Sudeste concentram 69%; da renda do país. Sistema financeiro e concentração bancária explicam tamanha distorções. Em Ipiaú, a maior fonte de renda vem do INSS, mais de 10 mil segurados recebem mais de R$ 135 milhões por ano do INSS. Seguido dos programas sociais do governo federal que trazem mais 12 milhões por ano. Enquanto a renda vinda da produção de cacau, não chega a duas dezenas de milhões por ano. Como diria a Marina Silva: – lombeiramente!

Sudeste tem 42% da população, enquanto detém 52% dos rendimento do país. Segundo IBGE, 44% dos “outros rendimentos” pagos no país estão concentrados no Nordeste. “Isso mostra o peso e a importância dos programas de transferência de renda para aquela população. Aí a gente vê o tamanho da desigualdade econômica no país”, enfatizou pesquisadora do IBGE. O Sul-Sudeste, estão alugando o intestino do Norte-Nordeste, para país continuar girando as minguas, e aumentando a concentração em ativos financeiros em São Paulo-SP. Tudo isso só é possível, graças a promiscuidade do governo federal com o sistema financeiro, concentrado na capital paulista. Outro ponto é que os dados do Centro-Oeste, são completamente distorcidos quando se exclui a ilha da fantasia denominada Brasília!

Renda domiciliar per capita:

Tudo confirmado quando a pesquisa registra, que o rendimento médio (Brasil) real domiciliar per capita, por mês em 2016, foi de R$ 1,2 mil (100% BR). Já nas regiões Norte e Nordeste, a média foi de R$ 772 (64%). A maior média foi observada no Sudeste, com R$ 1,5 mil (125%). Com isso, o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade de renda em um país, do rendimento domiciliar per capita para o Brasil naquele ano foi estimado em 0,549. O Sul do país apresentou o menor índice, de 0,473, e o Sudeste o maior, de 0,535. O índice de Gini vai de 0 (perfeita igualdade) a 1 (desigualdade máxima). Para a gerente da pesquisa do IBGE, o levantamento enfatiza a necessidade do Brasil combater as desigualdades sociais e econômicas a fim de alavancar seu desenvolvimento. “A gente sabe que país nenhum vai crescer sob uma base desigual”, destacou.

Distribuição por fontes de rendimentos:

Dos 205,5 milhões de habitantes no Brasil, 124,4 milhões (60,5%) possuíam algum tipo de renda em 2016. A maior parcela do rendimento da população provém da remuneração pelo trabalho, conforme a pesquisa. Segundo o levantamento, 42,4% da população possuía rendimento de trabalho, ao passo que 24% possuía algum rendimento proveniente de outras fontes, como aposentadoria e benefícios sociais.

O IBGE destacou ainda, que havia diferenças significativas entre as regiões em relação à fonte de rendimento da população. No Sul, por exemplo, 47,1% das pessoas com renda a obtinham por meio do trabalho. Já o Nordeste concentrava o maior percentual de pessoas que recebiam rendimento de outras fontes. Dentre os rendimentos distintos da remuneração pelo trabalho, aposentadorias e pensões se destacaram como a principal fonte. Da população com renda, 13,9% recebia aposentadoria ou pensão; 2,4% recebia pensão alimentícia, mesada ou doação; 1,8% tinha renda de aluguel; e 7,7% recebia algum tipo de rendimento de outras fontes, como rendimentos de poupança, seguro-desemprego e dos programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família, por exemplo.

Considerando apenas o Bolsa Família, o IBGE constatou que 14,3% dos domicílios do país têm essa fonte de renda. No Nordeste, este percentual salta para 29,3% dos domicílios e no Norte para 27,2%. O menor percentual foi observado no Sul (5,4%), seguido pelo Sudeste (6,9%) e Centro-Oeste (9,4%).

Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC-INSS), conforme apontou a pesquisa, estava presente na renda de 3,4% dos domicílios brasileiros. Nordeste e Norte são as regiões com maior percentual deste benefício – respectivamente 5,4% e 5,3% – seguidas pelo Centro-Oeste (3,6%), Sudeste (2,3%) e Sul (2,1%). Sendo assim, o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde havia pagamento de Bolsa Família foi de R$ 331, enquanto nos domicílios onde nenhum morador o recebia foi de R$ 1.446.

Teoria Geral do Emprego e da Renda:

Compreensão da importância da renda para uma economia (uma cidade por exemplo) digamos que os empresários se maculem com o poder político e tendo uma inflação de 10%, corrija os salários em apenas 8%… A ideia capitalista máxima inicial é: GANHAR NO PRIVADO E SE PERDER, PERDER NO COLETIVO. Ganha um, perdem muitos! Pirão pouco, o meu primeiro.

Porém, como o consumo no comércio, a tributação e até o volume de oferta na igreja dependem do nível geral da renda, se a renda real cai, tudo cairá! Se uma cidade conseguir enrolar os trabalhadores por muito tempo, mais que outra, no curto prazo os capitalistas vão ganhar. Mas no longo prazo, toda esta cidade vai ficar mais pobre.

É pois, quando a esperteza de um, causa a burrice (falta de sabedoria) coletiva.

Ao passo que se os preços da mão de obra for muito alto, e não poder ser repassada ao preço de um produto/mercado; a briga que incialmente era pelos ovos, agora se matou a galinha…

A equação é frutífera com o aumento da produtividade, porém não nos esqueçamos da consequência da concentração de renda.

Destaque por Região:

A análise regional revela que o Nordeste foi a região que concentrou a maior parcela de pessoas que tinham renda distintas de trabalho, aposentadoria, pensão e aluguel. Conforme pesquisadores afirmam, isso mostra o peso e a importância (dependência) de programas sociais e do INSS, na distribuição de renda nestas regiões com maior desigualdade do país.

Onde está a saída sustentável?

Desenvolvimento territorial local já, ou morte! O Nordeste precisa produzir e exportar, para todo o país e o resto do mundo. No momento, “não tem outra saída”. O Nordeste precisa libertar seus recursos financeiros sequestrados pelos bancos e corretoras paulistas e investir fortemente, com sabedoria, em sua própria economia; portanto, local e Real; sustentavelmente. Devemos declarar a Boa Guerra aos Bancos nacionais, (concentradores e rentistas) e dominar os pilares fundamentais da economia desenvolvimentista local.

Urge a desconcentração bancária e a substituição dos bancos nacionais atuais, por agentes financeiros regionais, futuros credores do investimento local, tal qual é prática corrente, à séculos, nos países desenvolvidos.

Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.

https://www.youtube.com/watch?v=VYcI6k7VNM4

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp.

 


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