Opinião Elson Andrade: Alagamentos em Ipiaú denunciam tolerância, falta de infraestrutura e planejamento

Vai ano e vem ano, e aquilo que já era anunciado há décadas… chega de “surpresa” e faz um estrago de dar dó.

O que na verdade trata-se da necessidade de um planejamento mais atento do poder público há décadas e também de parte da própria população, que ocupa a várzea e encostas cientes dos riscos e/ou na busca de vantagem política eleitoral, econômica, comodismo ou ainda, facilidades e oportunismo sob risco.

No caso emblemático de Ipiaú, todos sabem que a Praça do Cinquentenário é na verdade a antiga área da Barroquinha… Isso pelo fato de ser um fundo de vale que sempre recebeu a contribuição das água dos morros em volta.

É importante ressaltar que a área de contribuição pluvial daquela região é muito grande. E o problema maior, é que esta área NÃO TEM UM RALO! A praça foi construída às pressas sobre está área estratégica ambiental, com a doção de recursos sem controle dos munícipes, que numa campanha muito desorganizada, pouco oficial, culminou na construção da Praça do Cinquentenário, por motivação oportunista da comemoração do cinquentenário de Ipiaú.

Seguindo a tradição milenar da mentalidade malandra da política, a praça foi feita privilegiando aquilo que os olhos veem. Logo, a obra mais importante, que era a drenagem da Barroquinha… (INSTALAÇÃO DE UM RALO) não foi feita. Bom! este nunca daria votos, e portanto, não foi dimensionado e executado com a devida técnica, planejamento e infraestrutura necessária.

É numa hora desta que você pergunta: Quanto gastamos mesmo por cada governo/legislatura com os políticos – “gestores” e “fiscais” que temos? Resposta: Quase 60% do orçamento com pessoal… já apontando para os quase R$ 15 milhões por legislatura, só na Câmara Municipal, que ficam a ver navios em disputas de ego e/ou puxa-saquismos, ambos infrutíferos. Caríssimos! Com apenas estes R$ 15 milhões, resolveríamos quase todos os problemas desta ordem, em Ipiaú. Enquanto isso, nós, continuamos a gastar esta verba naquela rinha.

Para não dizerem que foi de surpresa, vou deixar agendado aqui: em 2019 virão mais chuvas, aguardemos pelas “surpresas”. Que de surpresa mesmo, seria ter um relatório mostrando quantos orçamentos das festas populares, seriam necessários para se resolver estas importantes e inadiáveis obras. Muito poucos orçamentos, acreditem.

Providencias e Recomendações:

  1. BARROQUINHA: Planejar, levantar, dimensionar, orçar, financiar, licitar, contratar e executar as obras de drenagem da área da antiga Barroquinha (hoje cinicamente denominada de Praça do Cinquentenário). Pergunta: Já seriam 50 inundações?
  1. NOVA CONQUISTA: Construir um sistema de retenção de fluxo direcional de águas e esgoto, no canal que carreia as águas da Nova Conquista e a montante (próximo do Rio de contas). É um sistema que se fecha por gravidade, de forma autônoma, impedindo o retorno do fluxo rio-bairro, impedindo que o nível mais alto das águas do rio, retornem ao bairro. Ou seja, o bairro ficará momentaneamente abaixo do nível do rio sem ser afetado pelo princípio hidráulico de vasos comunicantes
  1. ÁREAS ALAGADIÇAS: As casa existentes nas área abaixo do nível do rio cheio, ou cota de inundação, todas, deveriam instalar uma válvula de retenção na saída dos esgotos de cada casa, evitando assim o retorno das águas pelo esgoto;
  1. PLANEJAMENTO: O poder público precisa de técnicos capazes de Planejar, Levantar, Dimensionar, Orçar, Buscar Financiamento, Licitar, Contratar, Controlar, Fiscalizar este tipo de obra. As cidade pequenas alegam que não tem condições de atraírem este tipo de profissional e gabarito com o salário que podem oferecer…. Solução: contrata via licitação empresas que venham e desenvolvam este trabalho especializado de forma extemporânea, deixando os técnicos locais, trainados de todo o escopo e providencias;
  1. POLÍTICAS PÚBLICAS CONTÍNUAS: O mais importante de tudo é a construção de Políticas Públicas Perenes, capazes de resolverem este e vários outros problemas ao longo das décadas (supra governamental). A insistência de quer só fazer aquilo que dar votos e no seu próprio governo, é um erro brutal. A cidade continuará enxugando gelo, a ver navios, e os munícipes com cara de pato. As tais políticas públicas como: Plano de Saneamento Básico, Plano Diretor, Plano de Mobilidade, Lei de parcelamento do solo urbano, PPA, LDO e LOA… NÃO SÃO INSTRUMENTOS PARA APENAS RECHEAR GAVETAS DAS REPARTIÇÕES!!!
  1. CAMPANHA: Só deveríamos votar em candidatos a vereador, naqueles que abrirem mão dos próprios salários (registrado em cartório) em exercício do oficio da vereança, como antes da Constituição Federal, exercido de forma voluntária, tal qual a época que tivemos os melhores vereadores que as pequenas cidades já tiveram em todos os tempo. Chega de votar em fulaninho da hospital, beltrano da farmácia… se o cara está indo bem lá, deixe lá. (vai trocar o que está dando certo, pelo duvidoso). Vamos levar para a Câmara quem entenda de cidade e gestão pública de verdade e não, em fura-filas em busca desemperrada de um emprego e pedágio.

Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp.

https://www.youtube.com/watch?v=3Dj3lNfayCA


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