
Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que mais de 300 mil crianças e adolescentes se tornam mães a cada ano no Brasil, sendo quase 14 mil entre 10 e 14 anos — um dado alarmante apontado pelo Instituto Anis de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.
Apesar da persistência do problema, os números na Bahia e em Salvador mostram uma tendência de queda nos casos de gravidez precoce.
Na capital baiana, a rede municipal de saúde registrou uma redução significativa nos atendimentos a gestantes adolescentes. De acordo com o Sistema Vida+, da Secretaria Municipal de Saúde, nos primeiros quatro meses de 2025, houve uma queda de 33% nos atendimentos a meninas grávidas entre 10 e 14 anos, em comparação com o mesmo período de 2024. Entre jovens de 15 a 19 anos, a redução foi de 18%.
Considerando todas as faixas entre 10 e 19 anos, o número total de casos caiu de 522 para 422 no mesmo período, representando uma diminuição de 19%.
Na rede estadual, que administra as maternidades na Bahia, a tendência também é de queda. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o número de nascidos vivos de mães adolescentes caiu 10% entre 2023 e 2024, passando de 22.747 para 20.362.Assim como em Salvador, a faixa mais jovem (de 10 a 14 anos) registrou a maior redução. A diminuição nos índices tem sido contínua desde 2019.
Apesar dos avanços, especialistas alertam que os números ainda são altos e que a gestação na infância e adolescência representa um risco à saúde física, emocional e social das meninas.
Organizações como o Instituto Anis defendem políticas públicas mais amplas de educação sexual, acesso a métodos contraceptivos e acolhimento qualificado nos serviços de saúde.
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