Primeira pessoa do mundo curada do vírus HIV, o americano Timothy Ray Brown (53), que em princípio era chamado de “paciente de Berlim”, revelou sua identidade no ano de 2010 e hoje atua para que outros possam também se curar.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Timothy venceu a Aids após passar por um transplante de medula óssea para tratar de uma leucemia. As células eram de um doador que possuía um gene pouco comum, associado à redução do risco de contrair o HIV.
Hoje ele é um ativista da causa, doando suas células para pesquisas e também no auxílio de grupos de pacientes com HIV ou pessoas que perderam seus entes queridos por causa da doença. “Não só sobrevivi ao HIV como estou curado, enquanto muitas pessoas já morreram. Não quero ser o único curado”, disse ele, em entrevista à Folha, na última quinta (11), um dia antes de palestrar em evento médico sobre o HIV, em São Paulo.
O desejo de Timothy pode ter sido atendido. No último mês a revista Nature divulgou o caso de um paciente de Londres que se curou do HIV há mais de um ano, também após um transplante de medula. Os pesquisadores, entretanto, ainda tratam o caso com cautela, o classificando como “remissão a longo prazo”. Com esta notícia, Ray Brown diz estar animado. “Até agora, essa era uma família [de curados do HIV] muito solitária, apenas eu. Estou muito feliz de ter novos irmãos”, afirmou.
Apesar destes casos de sucesso, segundo a publicação, esse caminho da cura é considerado pouco realista pela ciência, já que ambos os casos resultaram de transplantes de medula óssea em pacientes infectados, para tratar o câncer, não o HIV. Enquanto as drogas para controlar a infecção são eficazes, os transplantes são muito arriscados e têm efeitos colaterais severos.
BN
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