Desde que assumiu o Ministério da Igualdade Racial em 2023, a ministra Anielle Franco vinha sendo alvo de importunação sexual por parte de um colega de trabalho, o Ministro Silvio Almeida, do Ministério dos Direitos Humanos.
De acordo com o depoimento da líder da pasta, divulgado pela Revista Veja, o ex-ministro fazia comentários eróticos, sussurrava fantasias sexuais no ouvido dela e chegou a tocar suas partes íntimas. Com o objetivo de evitar que a situação se tornasse um escândalo, Anielle convidou Almeida para um jantar para tentar colocar um ponto final nessa situação.
Este mesmo jantar foi usado por Silvio Almeida como um argumento que defende sua inocência. Segundo ele, a atitude de convidá-lo a um jantar é incompatível com a de uma mulher que estaria sendo vítima de assédio.
O ex-gestor também usou as mensagens trocadas pelos dois como prova de sua inocência. Em algumas mensagens, os dois trocam elogios e mensagens positivas. “Quero ser seu parceiro, a pessoa em que você pode confiar. Eu não estava bêbado quando conversamos ontem no avião do PR”, escreveu ele em agosto do ano passado, um pouco depois de voltarem de uma viagem internacional. “Minha admiração por você é imensa. A última coisa que eu quero é que a gente se dê mal”, respondeu Anielle.
Antes das denúncias se tornarem públicas, os rumores de assédio já circulavam por vários gabinetes de Brasília. Alguns ministros e até a primeira-dama, Janja da Silva, sabiam os detalhes da situação.
Após as denúncias, Silvio Almeida foi convocado a prestar depoimento. Nele, ele relatou aos ministros Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) que as acusações eram fruto de uma disputa política entre militantes da mesma pauta e fariam parte de um movimento para tirar caluniá-lo.
Depois deste depoimento, Almeida teria conversado com amigos e decidido deixar o cargo para evitar constrangimentos ao seu governo. Todavia, um pouco antes de ir ao encontro do presidente Lula, ele mudou de ideia e divulgou uma nota afirmando que era inocente.
Já na conversa com Lula, ele afirmou que não pediria demissão, afirmou ser inocente e tentou mostrar as provas que tinha, o vídeo do jantar e prints de conversa do whatsapp. Lula ouviu as explicações, mas já havia batido o martelo que a nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, assumiria na semana seguinte.
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