Ao menos três tripulantes militares do avião da FAB que transportou cocaína para a Espanha relataram que o sargento Manoel Rodrigues contou que havia em sua mala queijo e carne e depois mudou a versão e falou que havia doce e queijo.
O sargento sustentou essa versão mesmo ao ser abordado pelo policial espanhol responsável pelo raio x. A informação é da coluna Radar, da Veja, que teve acesso ao inquérito policial.
O terceiro sargento Estevam Moraes Rabelo detalhou o ocorrido. Ele estava três posições atrás de Manoel na fila do raio x e viu tudo o que ocorreu.
“O semblante do investigado (Manoel) era calmo e sereno; que foi perguntado ao investigado o que estava em sua mala: que ele respondeu que era carne e queijo: que o policial disse para o investigado “você sabe que é proibido”; que o investigado disse, então, que era queijo e doce: que a testemunha (Estevam) lembra-se perfeitamente de todas essas palavras: que o policial disse que abriria a mala: que o investigado manteve o olhar no horizonte, sem esboçar reação”, diz o depoimento de Estevam.
O inquérito concluiu que as testemunhas deixam claro que o investigado conduziu a bagagem, não hesitou em reconhecer como dele e inventou um “desculpa descabida”, dizendo que levava consigo “queijo e doce”.
O advogado Carlos Alexandre Klomfhas, que atua na defesa de Manoel, afirma que ele tem certeza que não sabia da presença de cocaína na mala. “Se não tem consciência do que tinha ali, não tem crime”, disse o defensor.
Voz da Bahia
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