Miliciano envolvido na morte de contraventor no Rio de Janeiro é preso em Ilhéus

Um miliciano suspeito de envolvimento na morte do contraventor Fernando Iggnácio de Miranda, no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 2020, foi preso na tarde desta terça-feira (12), em uma pousada, na cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, onde estava escondido.

A Polícia Civil da região, que participou da ação, informou que o preso foi identificado como Rodrigo Silva das Neves, de 30 anos. Rodrigo estava foragido da Justiça. Ele é PM e de acordo com a polícia, faz parte de uma milícia que atua no Rio de Janeiro.


No dia 18 de dezembro de 2020, a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou que tinha identificado quatro suspeitos de envolvimento na morte do contraventor e que um deles era Rodrigo.

Outro homem encontrado com o miliciano também foi detido. A dupla foi encaminhada para a sede da 7ª Coorpin, na cidade de Ilhéus, onde foi realizada a identificação do miliciano e o mandado de prisão cumprido. Após exames, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), o miliciano ficará à disposição da polícia carioca.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegado Flávio Góis informou que as equipes de polícia de Ilhéus e Itabuna, ambas cidades no sul da Bahia, com apoio da PM, vão apurar se o miliciano só se escondia na Bahia ou se praticava algum tipo de crime no estado.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-BA), a prisão ocorreu em ação conjunta das polícias Civil e Militar da Bahia e do Rio de Janeiro. Através de ações de inteligência e de uma ligação anônima para o Centro Integrado de Comunicações (Cicom), equipes da 6ª (Itabuna) e 7ª (Ilhéus) Coordenadorias Regionais de Polícia do Interior (Coorpins) e da 71ª CIPM.

Crime
O contraventor Fernando Iggnácio de Miranda voltava de uma viagem à Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero, e, ao desembarcar, foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio.

A mulher de Fernando Iggnácio estava no helicóptero com o marido, mas conseguiu escapar dos disparos. Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio chegou a desembarcar da aeronave com o marido mas, quando ouviu os tiros, voltou correndo para o helicóptero, que decolou de novo e pousou em um condomínio no Recreio.

Disputa sangrenta
Fernando Iggnácio disputava desde 1997 pontos de jogos de bicho e de máquinas caça-níqueis na Zona Oeste do Rio com Rogério Andrade, sobrinho de Castor.

A disputa entre os dois começou após o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, em 1998, filho de Castor e escolhido como herdeiro.

Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.

Com a morte de Paulo, seu cunhado, Fernando Iggnácio, assumiu seu lugar na disputa. De acordo com investigações da polícia, desde a metade da década de 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste. Em 1998, Rogério de Andrade teria fundado a Oeste Rio.

Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes.

No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no estado. Os inimigos entraram em guerra e passaram a atacar as máquinas uns dos outros. Dos ataques passaram a assassinatos.

O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001.

Em abril de 2010, outro golpe. O filho de Rogério de Andrade, um jovem de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.

Em 2007, Rogério Andrade foi preso pela Polícia Federal. Meses depois, Fernando Iggnácio foi pego pela Polícia Civil.

Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvos da Operação Gladiador, da Polícia Federal, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no RJ.

Este ano, investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ e da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça indicaram que integrantes do Escritório do Crime queriam comprar uma metralhadora ponto 50 para matar Fernando Iggnácio.

G1


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