As manchas de óleo que atingem o mar no Nordeste chegaram ao litoral norte da Bahia, na quinta-feira (3). A informação foi confirmada pelo Ibama, Marinha do Brasil e Projeto Tamar, que atua na preservação de espécies marinhas em extinção na região.
De acordo com o biólogo Cesar Coelho, diretor de Sustentabilidade da Fundação Pro-Tamar, há ao menos três pontos de contaminação. Dois deles ficam na cidade de Jandaíra: os povoados de Mangue Seco e Coqueiro. O outro está na localidade de Siribinha, no município de Conde.
Ainda não há detalhes sobre o tamanho da área afetada e nem de perda de espécies na região. O G1 entrou em contato com o Instituto do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que informou que técnicos estão a caminho do local.
Em nota, a Marinha informou que, ao tomar conhecimento sobre o aparecimento de manchas de óleo em sua área de jurisdição, no distrito de Mangue Seco, na Bahia, o Comando do 2º Distrito Naval encaminhou uma equipe de Inspeção Naval (IN) ao local, na tarde de quinta-feira (3).
Ainda segundo a Marinha, a equipe da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) que encontra-se no local confirmou a presença de resíduos oleosos com as mesmas características visuais daqueles encontrados nos demais estados nordestinos atingidos.
No momento, a equipe continua colhendo amostras, que serão encaminhadas para análise no Instituto de Pesquisas do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), a fim de verificar se é o mesmo material encontrado anteriormente.
Também em nota, o Ibama confirmou a chegada do óleo na Bahia. O órgão ainda destacou que tem equipes em campo para levantar mais informações.
As manchas começaram a aparecer no início de setembro. Até o último balanço do Ibama, divulgado na quinta-feira, a Bahia era o único estado sem contaminação na região. A lista aponta 124 localidades atingidas. Ao todo, 59 municípios foram afetados em 8 estados.
O maior aumento foi no estado de Sergipe: no último balanço, apenas 4 praias no estado haviam sido atingidas. Na quinta-feira, eram 10.
Dentre as 124 praias afetadas em todo o Nordeste desde o início de setembro, 10 estão em processo de limpeza, 70 ainda tem manchas visíveis e 44 já estão livres da substância na areia.
Pelo menos 12 animais foram atingidos pelo óleo – nove tartarugas e uma ave foram encontradas mortas ou morreram após o resgate.
Uma investigação do Ibama aponta que as manchas são de petróleo puro e que todas as amostras têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele veio. Em nota, a Petrobras afirma que o material não é produzido pela companhia.
A suspeita é que o petróleo tenha vindo de navios que passam pela região, segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), que está analisando imagens de satélite da costa. A pesquisa, no entanto, ainda está em estágio inicial.
G1
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