José Carlos Britto de Lacerda reflete sobre a difícil relação entre a democracia e a corrupção eleitoral

Democracia, liberdade e corrupção eleitoral

Que a pessoa comum brasileira entende por democracia? Normalmente se faz, na mente de imensa maioria de brasileiros, confusão entre democracia e liberdade.

Não resta dúvida que a liberdade de pensar, de opinar, de exercer direitos pode conduzir à instalação da democracia, mas para isto é imprescindível possua, o povo (demos) consciência, determinação e senso de responsabilidade, isto sem se falar na solidariedade social, indispensável à solidificação de uma sociedade.

Na democracia, dever-se-ia considerar o meio social, o povo, o dono exclusivo do Poder e este mesmo povo precisaria, para consolidar a Democracia, escolher seus representantes, para os diversos setores da máquina estatal, com consciência, com senso de responsabilidade, visando apenas ao bem comum, isto é, o bem estar de todos, conducente à perpetuação da sociedade.

Entretanto, nossos eleitores, na sua grande maioria, pouco se importam com o “amanhã” do corpo social, do estado, da pátria, deixando de escolher os mais capazes, os mais sérios, os mais dedicados, para guindar, aos cargos públicos, aqueles que se dispõem a pagar, de alguma forma, suborno. E a corrupção campeia nas campanhas eleitorais, tanto na forma ativa quanto na passiva, chegando algumas pessoas a quase praticar a extorsão.

Quais as consequências disto, quem não tem visto? Obras implantadas sem durabilidade, educação, saúde, segurança, deficientes e escândalos e mais escândalos alardeados, divulgados pelos meios de comunicação.

Mesmo nos últimos anos, quando algumas operações policiais foram instaladas e desenvolvidas, quando muitos políticos e servidores do poder público vêm sendo investigados, processados, condenados e presos, nosso povo permanece (e parece fazer questão de assim permanecer) como que de olhos e ouvidos fechados. Ainda que a terrível crise da saúde pública, nestes tempos de pandemia da covid-19, venha custando tantas vidas por deficiência e incompetência de nossos sistemas de prevenção, de saúde e de vigilância sanitária, muita gente teima em querer “vender-se”, trocando sua liberdade de escolha por algumas parcas moedas.

Foi Abraham Lincoln quem disse, em palavras parecidas: “Aquele que se vende, vale menos do que por ele se paga, não importa quão baixo seja o preço cobra.”

José Carlos Britto de Lacerda é advogado sediado em Ipiaú


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