A “febre maradonal” e o “esquecimento” brasileiro.
Nos últimos tres dias, a televisão brasileira (principalmente da Rede Globo) vem destacando, principalmente nos noticiários, a morte e as homenagens do Povo Argentino a Diego Armando Maradona.
Foram reexibidos lances geniais, por ele realizados, em jogos de futebol, da Seleção Argentina e de clubes que ele defendeu, lances demonstradores de ter sido, ele, um “virtuose” no trato com a bola e “maestro” na campanha da Seleção daquele País que conquistou a Copa do Mundo de 1986, a segunda das duas vencidas pela Argentina até o presente. Mas o povo argentino tem motivos de sobra para homenagea-lo, porque ele esteve presente em grande número de conquistas da chamada Seleção Albiceleste” e, sem dúvida alguma, terá seu nome reverenciado por aquele povo “hermano” durante muitas e muitas décadas porque, ao contrário de nós, brasileiros, os argentinos, assim como muitos outros povos, alimenta a virtude de possuir “memória”.
Eu não posso, ninguém tem o direito de criticar os argentinos pela veneração a Maradona.
Temos, sim é que criticar o comportamento que, nós, brasileiros, adotamos, de “esquecer” aqueles que, em muitas ou em poucas ocasiões, nos causaram alegria, felicidade, orgulho, aqueles que, em algum momento da
História, seja relacionada com a vida administrativa, científica, econômica, política ou esportiva, fez algo bonito, importante, interessante, pela imagem de nosso povo, de nossa nação, de nosso País. Mas acabamos por nos deixar levar pelas notícias negativas, valorizando-as e abandonando as boas lembranças, o bem recebido.
O povo argentino permanece agradecido, por décadas, aos seus benfeitores. Será que podemos dizer o mesmo de nós, brasileiros? Será que nós alimentamos e cultivamos a “gratidão”?
Já não se fala em Mané Garrincha, em Ronaldinho, em Djalma da Guia, em “Aleijadinho”, em Santos Dumont, em Dr. Borges de Barros, em Ayrton Senna, em tantos outros, dos quais muitos têm ruas, praças, travessas, rodovias batizadas com seus nomes, sem que os moradores e usuários sequer se preocupem em perguntar quem foram.
José Carlos Britto de Lacerda é advogado
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