Itabuna: MP vai apurar morte de criança que passou 40 minutos esperando em porta de hospital

Mãe esperou atendimento para criança em ambulância

A família de Bisma Nonato Alves, de 21 anos, vai cobrar do Ministério Público da Bahia a responsabilidade pela morte de um bebê de nove meses, na manhã desta segunda-feira (25), em Itabuna. A criança faleceu minutos depois de dar entrada no Hospital Manoel Novaes. Para os familiares, o estado de saúde do menino se agravou porque houve demora no atendimento.

De acordo com os familiares, o bebê recebeu atendimento médico depois de esperar 40 minutos, na entrada do Manoel Novaes, no interior de uma ambulância da Prefeitura de Pau Brasil. O paciente foi encaminhado para Itabuna depois de passar mal, ontem, na aldeia indígena Caramuru Paraguassu, no município de Pau Brasil. Por meio de nota, o Novaes se manifestou sobre o caso e lamentou a morte da criança.

Primeiro o bebê recebeu atendimento no Hospital Arlete Magalhães, em Pau Brasil. O médico receitou um medicamento, mas família da criança não teve dinheiro para comprá-lo. Horas depois, o estado de saúde do menino se agravou, e a mãe foi encaminhada com bebê para Itabuna, onde buscou atendimento na Maternidade Ester Gomes (Maternidade da Mãe Pobre).

Na unidade de saúde, teria sido informada que deveria procurar o Hospital Manoel Novaes, onde teve de esperar 40 minutos. O desespero de Bisma Nonato chamou à atenção do advogado Davi Pedreira, que passava pelo local quando ia para uma academia.

O advogado decidiu interferir e cobrou atendimento para o paciente. Davi Pedreira gravou um vídeo denunciando a demora da equipe do Novaes para levar o menino para uma UTI. A criança acabou não resistindo e morreu 20 minutos depois de dar entrada no hospital. O caso está sendo acompanhado pelo Conselho Municipal de Saúde de Itabuna.

VERSÃO DO HOSPITAL

Em nota, a direção do Hospital Manoel Novaes se manifestou. “Na madrugada desta segunda-feira (25), às 5h15, chegou ao Hospital Manoel Novaes, ambulância do município de Pau Brasil, referindo estar transportando criança grave, sem regulação, já tendo vindo da Maternidade Ester Gomes e com relatório manual do município de origem”.

Na nota é destacado que, desde o dia 1º de agosto, o Hospital Manoel Novaes atende mediante regulação, sendo contratualizado para receber pacientes via encaminhamento da Central de Regulação, ou em transporte de Unidade Avançada e SAMU, além dos casos que explicitem urgência, como convulsão eminente, politrauma, sangramento aparente via demanda espontânea.

Ainda segunda explica em nota, ocorre que, às 5h20min, a recepção do Hospital Manoel Novaes recebeu uma ligação seguida de e-mail da Central de Regulação informando do encaminhamento de paciente que necessitava de vaga na UTI Pediátrica.” Neste momento, se correlaciona o paciente que estava na porta, ao pedido de regulação. A criança foi autorizada a entrar, recebendo o primeiro atendimento às 5h35min”.

O hospital informou que, de acordo com registro médico, o paciente foi recebido com oxigênio inalatório inadequado, com acesso venoso obstruído, em gasping (respiração ofegante), sendo tentado reanimação imediata pela equipe, entubação traqueal e ventilação, massagem cardíaca, tentativas sem êxito, constatando óbito 5h58min.

Acrescenta ainda que que as condições de transporte estavam em desacordo com o regulamento vigente do Conselho Federal de Medicina (CFM). “O Hospital Manoel Novaes lamenta o desfecho e se solidariza com a família”, diz em nota a médica Fabiane Chávez.

Pimenta


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