Você realmente sabe o que é dinheiro?
Se sabe, então responda as perguntas abaixo:
1. As cédulas de papel moeda que estão na sua carteira, fruto do seu suor-trabalho, são de sua propriedade, ou do governo que a emitiu?
2. Você sabe a diferença entre papel moeda em poder do público, e, dinheiro escritural emitido “livre” e abundantemente, pelo sistema bancário?
3. Papel Moeda emitido pelos governos, tem lastro? Estão lastreadas no que?
4. Qual sua opinião sobre as Moedas Sociais e o Bitcoin?
5. Qual a função determinante, da moeda e do crédito, no subdesenvolvimento e na concentração de renda e da propriedade, no Brasil?
6. Você acredita que a Economia de Ipiaú tem sido sequestrada financeiramente pelos grandes bancos forasteiros? Como? Quanto?
7. Você acredita que a implantação de uma Moeda Social, local, emitida pela sociedade de Ipiaú, poderia ser uma forma de libertação financeira e retomada do ciclo de desenvolvimento da economia local de Ipiaú-BA?
O nosso comentarista ipiauense, especialista em assuntos desenvolvimentistas, colaborador do IPIAÚ ONLINE, arquiteto urbanista Elson Andrade, traz um resumo acerca do tema O FUTURO DO DINHEIRO, tratado na edição deste ano, da Expert XP 2023, evento tipo feira-congresso, do mercado financeiro paulistano, falando de Bitcoin, e o futuro do dinheiro; replica e reforça o olhar de Ednael Ferreira, em artigo, abordando a visão dos especialistas, os quais, valorizaram a escassez das criptomoedas e criticaram o propósito das CBDCs (moeda eletrônicas dos banco centrais, reativas as criptos).
“A ascensão do Bitcoin tem o potencial de trazer várias implicações significativas para o sistema financeiro global e o conceito tradicional de dinheiro. Na Expert XP 2023, a maior feira de investimentos do mundo, Diego Kolling, fundador da Node Runners Brasil e sócio da Soares Assessoria e Empreendimentos, e Fernando Ulrich, da Liberta Investimentos, debateram sobre suas perspectivas futuras com o advento da criptomoeda.
Kolling definiu o Bitcoin como uma possibilidade de reorganização social, onde os poderes podem ser distribuídos de forma mais justa, enquanto Ulrich sintetizou a moeda como a possibilidade de liberdade monetária.
Os especialistas afirmaram que o papel do Bitcoin na geopolítica e no cenário global é maior do que as pessoas imaginam. Kolling teceu críticas ao fato das reservas de valor do mundo (dinheiro) serem dívidas e as poupanças serem linhas de crédito para governos. Ele argumentou ainda que a dívida mundial chega a U$ 400 trilhões, o que é contraditório ao PIB mundial de U$ 101 trilhões. “As moedas fiduciárias estão fadadas a recorrer ao seu valor intrínseco, que é zero”, disse.
Ulrich complementou falando que a limitação que o Bitcoin impõe dentro de sua rede (de 21 milhões) traz uma escassez verificável e autêntica, enquanto “outras moedas continuarão sendo impressas a deus-dará”.
“Há muito valor em uma moeda que não pode ser diluída e não pode ter sua política monetária por ninguém. 40% do dólar em circulação foi impresso nos últimos dois anos”, completou Ulrich. O especialista disse ainda que durante a crise de 2008 e a pandemia “alguns trilhões de dólares foram impressos em poucas semanas e a base monetária americana mais que dobrou em alguns meses. É esse tipo de evento que alça o Bitcoin ao estrelato”.
“Se a moeda do mundo pode ser bagunçada desse jeito, esse arranjo atual é o melhor para a humanidade?”, perguntou.
CBDCs Versus o Bitcoin
Durante o painel, os especialistas foram questionados sobre a comparação entre as moedas digitais e as CBDCs – sigla para Central Bank Digital Currency, que corresponde a moedas dos bancos centrais, como o DREX, por exemplo.
Os dois convidados se mostraram desfavoráveis à ideia. “São o pior dinheiro que a humanidade já viu”, disse Kolling, enquanto Ulrich pontuou que as CBDCs são a antítese das moedas digitais, pois não são descentralizadas.
“Se é para ter um dinheiro programável, que ele esteja em uma instituição neutra”, afirmou Kolling. “Discordo desse arranjo pelo perigo que ele representa para a liberdade das pessoas […] Preferiria que a inovação sempre ficasse com o setor privado”, continuou.
Os Riscos da Nova Moeda Digital Estatal
Apesar da defesa sobre o Bitcoin, os convidados não deixaram de falar do risco de contraparte. O Bitcoin tem como grande inovação a descentralização, mas “isso traz uma grande responsabilidade: saber guardar com segurança”, disse Kolling, que também citou a máxima “not your keys, not your coins” para falar da terceirização da custódia das moedas.
Ulrich afirmou que o Bitcoin não tem risco de crédito, mas existe o risco implícito na variação de preço. “Você não deve aplicar em Bitcoin nada que você usaria em 6 meses”, aconselhou.
Sobre as tendências em relação à moeda, o especialista disse também: “O risco não é você ficar de fora de uma tendência. A adoção [do Bitcoin] se parece mais com a adoção da pólvora – quem ficar por último vai ser subjugado. Demorar para entender o Bitcoin é trágico”.
Nota:
As opiniões expressas nos vídeos a seguir, são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores. Todos os vídeos são públicos e estão disponíveis na plataforma do YouTube.
Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.
Signatário: Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp.
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