Ipiaú: Setor de Combustíveis fatura R$ 60 milhões/ano com prática de sobre preços até 30% superiores à base nacional dos preços da ANP

 

Há tempos os donos de postos de combustíveis e distribuidores de gás GLP, vêm de forma petulante desafiando os consumidores ipiauenses, e garantindo margens e lucros acima da capacidade econômica local. E, somente uma tomada de postura drástica, radical, inteligente, legalista, consistente e concisa será capaz de fazer diferença substancial ao caso concreto em tela. Osso duro de roer, que para larga-lo, exigirá bater forte na cachorrada!

Não bastasse este povo sofrido ainda está pagando o preço das agruras socioeconômicas dos equívocos da monocultura cacaueira e a da falta de investimentos no desenvolvimento local, via consequência da prática do insistente oligopsônio, agora, ainda ter que bancar mais essa: – pagar altos preços pelos combustíveis, dado a existência de oligopólios? Não merecemos!

Com essa tal liberdade (ou libertinagem) dos tais preços em curso, no Brasil, há cidades cobrando de 3,65 a 5,48 R$/litro da gasolina comum, segundo informou a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Em Ipiaú os preços chegam a ser até 30% mais caros que os preços base divulgados por aquela Agência Federal.

Certamente, raríssimas pessoas tiveram acesso até então, a dados tão úteis que este estudo agora traz a público! Perceba que o faturamento geral dos combustíveis, inclusive GLP, em Ipiaú, já beira aos R$ 60 milhões por ano, com o fornecimento de quase um milhão de litros mensais, segundo a ANP… Isso é 6 x maior que o faturamento anual de toda a nossa produção de cacau. Repare que são apenas 12 postos e 5 revendedores de gás, contra 668 unidades de produção de cacau. Façam as contas, quem realmente tem força econômica e tem enfrentado e desafiado toda a cidade, em defesa de seus próprios benefícios.

Somente o faturamento anual de GLP, já passa dos R$ 11 milhões por ano. Para aqueles que acham que desgraça pouca é bobagem, tome nota ai: 30% do gás que você compra a cada mês e meio, fica preso no vasilhame e não sai até o fim e ao cabo, devido à baixa pressão. Logo, ao reabastecer um botijão de 13 kg, em verdade a envasadora, adiciona apenas cerca de 10 kg e você paga com se fossem 13. Até o governo ganha em cima desta fraude  físico-química!

A maior preocupação, é que a dita “nova política”, a qual tem buscando novas fontes alternativas de financiamento, está próximo a capturar o setor do gás a nível nacional… e quem vai por fim arcar, mais uma vez, com a trapaça mal versada será o povo. A política do Paulo Guedes que visa baixar repentinamente o preço do gás, deve trazer sérios desequilíbrios as contas públicas. Entre elas, a forte redução das receitas estaduais e consequentemente municipais, dado a preponderância e peso arrecadatório deste produto nas receitas governamentais, dos 3 Entes da federação.

Lembrar ainda que se o preço do álcool ultrapassar 70% o preço da gasolina, o álcool deixa de ser vantajoso. Logo, o preço do álcool em Ipiaú, está cerca de 8% acima do seu devido patamar estratégico, em desalinhamento com a política nacional de energias renováveis. Aclarar ainda, que um dos patrocinadores do último impeachment presidencial, foram os usineiros do álcool, que cientes da tal regra econômica dos 70%, viram seus sorrateiros lucros estagnarem por conta do limite de preço da gasolina, consequência do controle do preço final imposto a Petrobras. Isto por orientação política do governo da Dilma Rousseff, que ao não permitir que o preço da gasolina subisse, estes usineiros, tiveram seus lucros estagnados consequentemente. Pois estes, vinham pressionando os preços do álcool, que compõe 27% do produto “gasolina” brasileira, e tendo a gasolina como vilã da inflação (perante aos olhos do público não especializado).

Como já venho alertando… em Ipiaú  criatividade de menos e farmácias demais (20), mercadinhos demais (22), rádios demais (5) fragmentação exagerada de pequenas fazendas de Cacau demais (668) e posto de combustíveis demais (12)… só para o leitor ter uma ideia, em cidades do interior paulistas, que são muuuito mais ricas que a nossa; a quantidade de veículos para cada posto, é da razão de 9.300 veículos/posto, em Jequié é 3.300 e em Ipiaú, pasmem, temos apenas 1.100 veículos para cada posto. Daí, os donos de postos, para garantir um volume mínimo desejado de lucro, (na prática do velho adágio: pirão pouco, o meu primeiro) acabam por aumentarem sobremaneira os preços unitários dos seus produtos, e portanto, a grita geral procede. Abaixo, a tabela base da cotação realizada em 5 postos e a demonstração da razão de veículos/posto, em Ipiaú-BA e demais cidades usadas na comparação.

Dado ao impasse persistente, a solução será, infelizmente… reduzir a quantidade de postos a 1/3 dos 12 postos que temos atualmente em Ipiaú, para melhor readequar o setor às possibilidades econômicas dos pobres consumidores local. Lembrar, que a renda média de um ipiauense está 70% abaixo da renda média nacional. Logo, tudo que envolva a formação de preços em Ipiaú, deveria, a rigor, também reduzir proporcionalmente seus custos fixos, afim de ajustarem-se a nova realidade econômica dos ipiauenses medianos.

A população vai ter que se articular e escolher sabiamente quais serão os 5 postos à preservar. Essa é a verdade. Doa a quem doer. Caso contrário, nada mudará. Pois, os donos de postos já deixaram claro ao longo do tempo, que não vão arredar o pé da posição atual no jogo.

Umas das alegações dos empresários, é que em Ipiaú, o sujeito vai várias vezes ao dia no posto para colocar R$ 10 de combustível. E esse comportamento diferenciado, acarreta em custo sobressalente de mão de obra. Outra alegação dada, é que o transporte de Jequié a Ipiaú é por fim o culpado. Isso não procede, pois, Ubatã que é mais distante das distribuidoras, e os preços praticados em Ubatã, são menor do que os praticados em Ipiaú.

A culpa não é apenas do peso do lucro insustentável, devido ao estágio atual da nossa economia. É bem verdade, que os governos sempre abusaram da carga tributária sobre o consumo de combustíveis (44%), energia elétrica (41%) e telecomunicações (43%)… Todos via atos “legalizados” na surdina do Congresso Nacional. Haja vista, o que fez o governo-vampiro Temer, mediante articulação sorrateira liderada nas pessoas do: senador José Serra (PSDB-SP) e do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) que por fim, aprovaram as alterações na Lei 13.586/07, que concede isenções fiscais para empresas de petróleo estrangeiras, as quais, provocarão uma perda de arrecadação do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) superior a R$ 1 trilhão nos próximos 30 anos. Dois filhos de chocadeira desalmados, que de mãos dadas seguem a caminho dos quintos do avernobáratrotártaro, érebro de dentro e ao fundo.

Estes prejuízos para os cofres públicos serão ainda maiores, de acordo com a Agência de Notícia do próprio Senado Federal, que aponta que a Lei nº 8.939/17, também aprovada pela Câmara dos Deputados, beneficiou ainda mais as tais CIAs. Enquanto a Lei 13.586/17 permite a dedução da base de cálculo do IR e da CSLL de valores pagos pelas petroleiras estrangeiras a título de royalties do petróleo do pré-sal, projeto de lei que isenta os gastos com bônus de assinatura, que são pagamentos que a empresa faz para ter direito de explorar determinado campo.

A esta altura, você deve estar se questionando – Quá, quá, quá… nunca ouvi um economista sério defender que reduzir a quantidade de players, numa concorrência, pode enfim, causar a redução dos preços dos produtos!

Você tem razão, se seguirmos a cartilha do economês clássico, seria isto mesmo… porém, lembrar que Ipiaú é uma pequena cidade, e os agentes econômicos se conversam cotidianamente… e com isso, eles podem acabar num combinado, neste mercado de comadres. Tudo para garantir um volume desejado de lucro líquido, e dado que o povo não tem para onde ou a quem recorrer.

O que de fato poderá sim, reequilibrar os preços, será a eliminação de 7 postos excedentes… Se houver a redução de 12 para 5 postos, a razão veículos/posto subirá para 2.863, ainda abaixo da média de JequiéPorém, já num patamar que se MANTIDO O VOLUME DO LUCRO ATUAL desses 5 postos remanescentes… a economia total municipal, poderá chegar a mais de R$ 4,3 milhões por ano na cidade, dado que os 5, terão MAIOR QUANTIDADE DE CLIENTES para distribuir a mesma massa proposta de manutenção do lucro atual, deste 5, que terão em contrapartida, que BAIXAR OS PREÇOS UNITÁRIOS dos seus produtos. Será um jogo de ganha-empata, repleto de sanidade e justiça. Democraticamente!

É certo, que se os preços unitários dos combustíveis (e tudo mais) em Ipiaú, fossem menores que os praticados nas cidades circunvizinhas, o domínio comercial de Ipiaú, traria ainda a vantagem de internalizar mais recursos de fora. Os agente econômicos de Ipiaú, precisam entender de uma vez por todas, que os preços das mercadorias e serviços não são fatos aleatórios e isolados… Vivemos subordinados a lógica da Economia, que predominantemente determina nossas vidas, queiramos sim, queiramos não.

A seleção inicial não deverá ser apenas pelo critério PREÇO, mas também pela QUALIDADE… e num segundo momento, quando o volume de clientes for maior nestes 5 postos que restarem, ai sim, o preço deverá voltar a ser o centro do debate.

O problema maior, será a gestão do movimento “revolucionário”, o qual, certamente os afetados, mais sabidos e fortes economicamente, detentores dos meios de reação objetiva, possam reverter todo o processo de eleição de uma versão combatente paliativa acomodante, dispersante e momentânea. Os que tiverem ouvidos para ouvir, que ouçam. Boa sorte, prudência e inteligência coletiva fazem sempre bem!

O último vídeo abaixo, deverá servir de aviso de mensagem padrão de chamada para formação do grupo a alguma importante ação do movimento. Reproduzam, conquistem, esclareçam, ensinem, combinem, somem, afinem e resolvam-se objetivamente.

E não se esqueça: O futuro do pretérito, é uma promessa que pertence ao passado. O real presente, está em construção em nossas mãos, agora!

Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo como complemento a leitura:

Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp.


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