O último reajuste de preços nas tarifas da Embasa, pegou muitos consumidores ipiaueses de surpresa, em especial, aqueles com consumo médio de (20 m³/mês), que desesperados, na semana passada abarrotaram a caixa de entrada do WhatsApp do Jornal da Nova, da Nova FM de Ipiaú. “Não tenho condição de ler tantas mensagens, chegando!”, comentou o apresentador Celso Rommel.
Numa comparação com os preços praticados pela Sabesp (empresa paulista de saneamento – de capital aberto listado na bolsa de NY) em municípios paulistas de população semelhante a de Ipiaú, apontam que para a faixa de consumo de maior incidência, os preços da Embasa chegam a ser 97% superiores a aqueles praticados em ricos municípios paulistas.
Ipiaú, que depois das constantes crises da monocultura do cacau, tem registrado renda per capta reduzida a 1/3 da renda nacional, onde cerca de 10,5 mil beneficiários dependem do INSS e mais de 3 mil do Bolsa Família para sobreviver. E portanto, terão muitas dificuldades para absorver tamanha gula e descaso da estatal baiana.

No acumulado de 2014-2018, os preços da Embasa já somam 11% acima da inflação em igual período.
“Vou ter que tirar a comida da boca dos meus filhos, para entregar a Embasa”, comentou dona Maria, do Santa Rita.
Em contato com a redação do IOL, o urbanista ipiauense Elson Andrade, lembrou: A Embasa está com o contrato vencido desde 2012. Logo, tudo, inclusive os reajustes, são irregulares. O que se ver é um descaso, desleixo, falta de pessoal e quadro técnico capacitado a frente da (PMI), além dum conflito de interesse em meio a muita inércia.
E destacou o profissional: A propriedade de toda a rede instalada em Ipiaú, pertence ao município. A Embasa é apenas uma concessionária operadora da rede. A qual está sem contrato. Surreal. A Prefeitura deveria já ter elaborado o Plano de Saneamento Básico, instaurado processo de licitação na forma da lei, e contratado uma nova concessionária que oferecesse a oferta mais vantajosa ao município. Não apenas no quesito das taxas, mas, mais importante ainda, no volume de investimento futuro na ampliação da rede existente.
Concluindo o urbanista ressaltou: Recentemente, o município editou decreto compartilhando a gestão do Saneamento de Ipiaú com o governo do estado. Isto se não é ilegal, é imoral e engorda! Dado que a titularidade (responsabilidade) do Saneamento é do município (lei 11.445/07 que atribui água, esgoto, drenagem e coleta de lixo, ao município). Não se pode servir a dois deuses ao mesmo tempo! (Mateus 6:24).
Em verdade, o que está ocorrendo ai, é um brutal conflito de interesse, impericia e inércia, nos quais toda a cidade só tem a perder. E deixou ainda o contato da agencia da Sabesp no município de Santa Isabel, cidade do interior paulista; para quem quiser tirar a prova dos preços em comparação: Telefone: (11) 4656-3018.
Para os mais astutos, o entrevistado sugeriu assistirem ao vídeo abaixo, como reflexão complementar a leitura.
Elson Andrade – é arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.
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