Ilhéus: Preso na Operação Xavier, secretário municipal chamava propina de “sarapatel”

Os investigadores da Operação Xavier, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia, nesta quarta-feira (15), em Ilhéus, no sul da Bahia, flagraram conversas telefônicas entre o ex-vereador e atual secretário da Agricultura e Pesca do Município Valmir Freitas e assessores do vereador Lukas Paiva (PSB). As informações são do Blog do Gusmão. Segundo a publicação, em conversa ocorrida em agosto do ano passado, Valmir dialoga pelo celular com Rodrigo dos Santos, assessor de Lukas, sobre o pagamento de uma suposta propina.

Na oportunidade, Valmir questiona se os dois vão almoçar “sarapatel”. Rodrigo estranha a definição, Valmir brinca e diz que ele não entende “de diagrama”. Após compreender o suposto interesse de Valmir, Rodrigo afirma que o “sarapatel servido será o de melhor tipo, o de carneiro”. Ainda durante conversa, Valmir chama Rodrigo de “o dono do carneiro” e a Câmara de Vereadores de Ilhéus de “restaurante”.


A operação
Quatro pessoas foram presas durante a ação ocorrida nos municípios de Ilhéus, Itabuna e Coaraci, pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e da 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Foram presos o secretário de Agricultura e Pesca do Município Valmir Freitas do Nascimento, e dois empresários, Cleomir Primo Santana e Aêdo Laranjeiras de Santana. Dois ex-presidentes da Câmara, os vereadores Tarcísio Paixão e Lukas Paiva, são procurados. Além deles, também são considerados foragidos um servidor da Casa e um empresário, cujos nomes não foram revelados. Foram afastados um vereador e sete servidores da Câmara. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Ilhéus.

Segundo a investigação, os donos das empresas que prestavam serviços terceirizados de organização das licitações e de contabilidade à Câmara Municipal de Ilhéus eram responsáveis pelas fraudes em licitações que geraram contratações direcionadas de outras empresas pré-selecionadas. Os valores dos contratos, por sua vez, eram superfaturados e uma parte deles era destinada como propina a vereadores que ocuparam a presidência do parlamento municipal no período investigado. Estão foragidos dois vereadores, ambos ex-presidentes da Câmara Municipal de Ilhéus, e dois servidores da Casa Legislativa.

A Operação também cumpriu dez mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos. Conforme as investigações, o esquema fraudulento foi operado entre os anos de 2001 e 2018, praticando crimes contra a administração pública, fraudes em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.


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