Guedes e outros famosos teriam escondido dinheiro no exterior; senador denuncia ministro ao STF

Uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) intititulada “Pandora Papers” mapeou diversas personalidades que possuem contas em “paraísos fiscais”, ou seja, que tiram as finanças do país para depositar em contas de outras países, sem pagar impostos ou revelar a fonte desse dinheiro. O consórcio reune uma série de portais de diversos países do mundo.

Na lista de brasileiros aparecem o ministro da Economia, Paulo Guedes; o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; e o influencer Jonhatan Couto, esposo de Sarah Pôncio; e Eike Batista.

Todos eles possuiriam “offshores”, nomes dados a empresas criadas em “paraíso fiscal” por possuirem condições fiscais atrativas para investidores estrangeiros, baixos impostos e total sigilo bancário. Essas empresas não são declaradas no imposto de renda, por exemplo, e não precisam ter uma finalidade específica, ou seja, não precisam desempenhar nenhuma função.

POLÍTICA

Com a divulgação dos nomes, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4/10) para que a Corte solicite à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de uma investigação contra Guedes e Campos Neto. O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, deve oficiar Paulo Guedes para obter mais informações sobre as empresas.

Guedes aparece como acionista da empresa Dreadnoughts International Group, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. Os documentos mostram que o ministro possuía em 2014 pelo menos 8 milhões de dólares (cerca de R$ 43,3 milhões, pelo câmbio atual) investidos na companhia, registrada em seu nome e nos de sua esposa e filha. Esse número subiu para 9,5 milhões no ano seguinte, segundo os documentos obtidos pela investigação, em dados divulgados pela revista Piauí.

O presidente do Banco Central, por sua vez, é dono de quatro empresas. Duas delas, Cor Assets e ROCN Limited, são registradas no Panamá em sociedade com sua esposa, a advogada Adriana Buccolo de Oliveira Campos. As outras offshores são Peacock Asset Ltda, gerida pelo banco Goldman Sachs, e que foi descoberta na investigação do Bahamas Leaks, de 2016. A quarta empresa é a Darling Group, que segundo informou o Banco Central, é uma empresa de “gestão de bens imóveis”.

OUTROS

A lista divulgada pelo consórcio de joalistas tem diversos nomes. Entre eles, há Eike Batista, um empresário que chegou a ser a pessoa mais rica do Brasil tem hoje um débito de 3,8 bilhões de reais inscrito na Dívida Ativa. O nome dele está ligado a duas offshores diferentes, a Farcrest Investment e Green Caritas Trust.

Também consta o nome do influenciador Jonathan Couto, que no Brasil tem 21% de capital na Clean Indústria e Comércio de Cigarros. Ele ficou conhecido por conta de seu casamento com Sarah Pôncio, uma família que sempre aparece nas mídias. Ele tem uma dívida de 1,2 bilhão de reais inscrita na Dívida Ativa da União e o acervo possui uma offshore, a Ranfed Investments. Criada em 2016, a empresa não consta na declaração de bens feita por Jonathan em 2020, quando se candidatou para o cargo de vereador no Rio de Janeiro.

Um dos principais apoiadores do governo brasileiro, Luciano Hang, também possuia empresas sem pagar imposto de renda e com dinheiro enviado para fora do país. Os arquivos do Pandora Papers revelam que o empresário manteve por quase vinte anos uma empresa em um paraíso fiscal, no valor de 112,6 milhões de dólares (cerca de R$416 milhões na época) conforme constava em um extrato de outubro de 2018. A empresa se chama Abigail Worldwide e fica nas Ilhas Virgens Britânicas.

Aratu


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