Governo não paga escoramento e prédio do Instituto do Cacau pode cair

Um dos prédios mais imponentes de Salvador, o Instituto do Cacau trouxe modernidade à paisagem da cidade nos anos 30 com sua arquitetura inspirada no estilo Bauhaus – que preza pela simplicidade e funcionalidade de prédios e objetos. O que já foi um marco, porém, pode não resistir à incompetência do poder público. Sem um desfecho desde que pegou fogo, sete anos atrás, a estrutura segue em rápido deterioramento.

Com os últimos andares escorados com vigas de metal, o equipamento está praticamente inutilizado, mas isso não é o pior: a empresa que faz o serviço alega não receber o pagamento devido pelo governo. A dívida, estima a Alpe Locação de Estruturas, passa dos R$ 2,5 milhões. Sem os serviços, a laje pode entrar em colapso e cair.

“Se tirar só suportes, cai tudo. Não pode ser retirado. Mas existe outro problema também. O escoramento é da estrutura maior, mas pedaços da laje já começaram a cair e é um risco enorme, pois muitas pessoas passam no entorno do prédio”, afirmou, ao Jornal da Metrópole, Gilberto Ribeiro, dono da Alpe.

Em documento encaminhado à reportagem do Grupo Metrópole, é possível identificar que há débitos em aberto desde janeiro de 2018. Antes disso, o governo honrou com o contrato assinado em fevereiro de 2017 e efetuou pagamentos que montam o valor de mais de R$ 800 mil. O “calote” impacta até mesmo na manutenção da estrutura montada para segurar a laje do Instituto do Cacau. “A manutenção do escoramento foi paralisada há algum tempo. Ela também precisa ser feita para garantir a segurança do local”, aponta Ribeiro.

Prédio é subutilizado.

Antes sinônimo de inovação e modernidade, o prédio do Instituto do Cacau, que fica no Comércio, em Salvador, é pouco utilizado pela população soteropolitana. Lá, funciona apenas um restaurante popular, uma agência bancária, um posto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) e alguns órgãos de governo. No meio do que foi esquecido, porém, há um valioso acervo que ajuda a contar o clico do cacau no estado, que teve seu fim em 1989, com a chegada da Vassoura de Bruxa. Móveis, documentos e fotografias vivem também o amargor do esquecimento e podem se perder se uma tragédia maior se concretizar.
Centro de Convenções é opção.

Em tratativas para decidir onde ficará o novo Centro de Convenções do estado, o governo aventou a possibilidade do equipamento ser colocado onde hoje está a ruína do Instituto do Cacau. De acordo com o Secretário de Turismo da Bahia, Fausto Franco, a implantação do equipamento será uma Parceria Público-Privada (PPP) e estima-se que o investimento total seja de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. O projeto final deverá ser anunciado pelo governador Rui Costa, mas ainda não há data definida.

Metro1


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