Família adota cachorrinha jogada de prédio na Bahia e a batiza de Vitória: ‘Ela é uma sobrevivente’

Vitória. Esse é o nome que a cachorrinha que foi jogada de um prédio em Itabuna, cidade do sul da Bahia, recebeu da nova família, após ser adotada. O caso ocorreu na terça-feira (22). A cadelinha, que tem cerca de dois meses, foi internada e, na saída, foi adotada pelo homem que cuidou dela logo após a agressão.

O homem que a adotou é o percussionista Marcelo Nascif, de 44 anos. Ele tem esposa e dois filhos, um de 5 e outro de 16 anos. Ele contou ao G1, nesta quinta-feira (24), que foi movido pela emoção, após saber que o animal tinha sido arremessado.

“Eu estava na porta de casa e vi o pessoal na rua gritando, e fui ver o que era. Eu não vi o homem jogando ela. Quando cheguei lá, ela já estava na mão de um vizinho. Ele estava chorando. A minha reação na hora foi resgatá-la. Ela estava muito ferida. Peguei ela, levei no lava jato e lavei a boa dela. Dei um banho, pois ela estava desacordada. Eu abri a boca dela, ela estava sem respirar direito. Comecei a fazer massagem. E ela começou a reagir”, contou.

O caso ocorreu no bairro Banco Raso. Alguns moradores relataram que a cadelinha, que é vira-lata, foi arremessada de um apartamento pelo próprio dono. O ocorrido foi denunciado à polícia, que esteve no apartamento do homem. O dono da cachorrinha teria dito que jogou o animal da janela após ter um surto, mas relatou estar arrependido.

Após fazer os primeiros socorros, Marcelo levou a cadelinha para a casa dele e, em seguida, acionou a ONG Bicharada, que foi responsável por encaminhar o filhote para o veterinário.

“Assim que eu dei o banho nela, que fiz a retirada do sangue, eu levei ela para minha casa. A gente chamou o pessoal da ONG. Quando eles chegaram, ela já estava acordada, já estava reanimada. E eles levaram ela para adotar”, disse Marcelo.
O animal não teve nenhuma fratura e nem ferimentos graves. Ela foi internada em uma clínica veterinária por existirem sinais apontando que ela poderia estar com dores causadas pelo impacto da queda. A alta ocorreu na tarde de quarta-feira (23), quando ela foi para a casa de Marcelo. O homem conta, no entanto, que a vontade da adoção ocorreu ainda durante o resgate.

“Quando chamei eles, eu já estava com desejo de adotar. Eu disse que ela ia ficar comigo, que eu iria criar ela. Eu também tenho um filho de cinco anos que pediu para ficar com ela. Ele começou a chorar, quando levaram para o veterinário. Quando ela voltou, foi a alegria para ele”, relatou Marcelo.

O músico explicou que foi o filho mais novo quem escolheu o nome da filhote.

“É uma vitória. Muito emocionante. Nos apegamos muito a ela. Foi uma benção de Deus não ter deixado ela morrer, devido à queda. Estamos super felizes, ela faz parte de nossa família agora. Ela se chama Vitória. A gente deu esse nome pelo fato dela ter sobrevivido. Ela é uma sobrevivente. Meu filho que pôs o nome”, disse.
Questionado sobre possíveis problemas na adoção, já que a cachorrinha tinha um dono, ele respondeu que não tem informações.

“Assim que a ONG chegou, eu disse que queria ela. Eu disse que eu cuidaria dela. E ela está comigo. O homem que a jogou não está mais aqui, ele foi embora”, pontuou.
Marcelo disse ainda que a família já teve um cachorro, mas que morreu há cerca de 10 anos. Desde então, ele não quis mais cuidar de bichos. No entanto, acredita que Vitória foi enviada por Deus.

“Já tivemos um outro cachorro, mas ele morreu. Tem mais de 10 anos. Eu fiquei muito chocado. Não queria mais criar. Mas Deus mandou essa vitória para gente. Desde quando chegou, ela estava dormindo muito por causa do medicamento. Mas hoje já acordou brincando comigo. Está super bem”, finalizou

De acordo com Katiana Amorim, delegada responsável pelo caso, um procedimento foi instaurado para apurar o caso. A previsão é que as pessoas sejam intimadas para ser ouvidas em até 30 dias.

“O procedimento já foi iniciado para apurar o fato e será registrado ainda nesta semana. A lei dá o prazo de 30 dias para conclusão. Todos os envolvidos vão ser intimados e ouvidos na delegacia. Isso durante os próximos 30 dias, dentro do prazo que a lei estabelece. O crime que vai ser investigado é o de maus-tratos a animais”, falou.

A delegada disse ainda que não é comum chegar casos de maus-tratos a animais na 2ª Delegacia Territorial de Itabuna.

“Eu estou na 2ª DT há muitos anos. Casos de maus-tratos a gente sempre apura, sempre que necessário. Mas não é comum maus-tratos a animais chegarem na delegacia. Alguém denunciar e a gente investigar não é comum”, contou.

 G1 Bahia.


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