Faltam condições e material contra coronavírus em hospital da Universidade Federal Fluminense

Servidores da saúde do Huap (Hospital Universitário Antônio Pedro), vinculado à UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói (RJ), relatam falta de equipamentos e más condições de trabalho diante do novo coronavírus.

Uma funcionária, que preferiu não ser identificada por temer represálias, afirma que, a disponibilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) é insuficiente e falta até álcool gel.

Segundo a profissional, trabalhadores na linha de frente da pandemia no HU não estão sendo testados, o que coloca em risco a vida de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de profissionais de limpeza.

Ainda de acordo com as denúncias, há remanejamento de servidores entre setores do hospital, sem treinamento apropriado, e que apenas a área dedicada à Covid-19 recebe os equipamentos de proteção adequados.

“Temos um colega infectado que está intubado”, afirma a funcionária. “Deram roupa específica só para o setor de tratamento do vírus. Recebemos máscara cirúrgica, de baixa proteção. Temos que usar duas e trocá-las a cada quatro horas. Mas tem risco de acabar e ficarmos sem”, conta.

Outra funcionária afirma que a direção do HU não está liberando servidores com comorbidades. A unidade tem 53 leitos para tratamento da doença, sendo 22 de ventilação mecânica. O hospital não informa quantos deles estão ocupados no momento.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff) entrou com uma ação no Ministério Público Federal para garantir condições de trabalho e buscar a dispensa dos funcionários que pertencem ao grupo de risco. O órgão sindical diz que vem cobrando da universidade e da empresa EBSERH, responsável pela gestão do hospital, treinamento aos que estão na ativa para enfrentar o vírus.

Os trabalhadores do Huap reivindicam reajuste de 10% e a elevação do grau máximo do adicional de insalubridade, reduzidos no ano passado.

A prefeitura e o governo estadual foram obrigadas a liberar idosos e doentes crônicos de atividades presenciais contra a Covid-19 após decisão liminar (provisória) do Tribunal Regional do Trabalho, tomada a partir de uma ação do Sindicato dos Enfermeiros do Rio (Sindenfrj).

A decisão do juiz Delano de Barros Guaicurus contempla os trabalhadores das redes municipal e estadual em regime de CLT de Organizações Sociais, empresas prestadoras de serviços de saúde. Os servidores do Huap, vinculados ao hospital de uma universidade federal, não entram na medida.

Em nota, o Hospital Universitário Antônio Pedro nega a falta de EPIs na unidade, afirmando seguir as normas do Ministério da Saúde para o uso em cada tipo de atendimento realizado.

Informa, ainda, que disponibilizou testes para colaboradores que apresentem quaisquer sintomas gripais em uma área reservada do edifício. Sobre a redução de 10% no adicional de insalubridade, o hospital esclarece que, em setembro de 2019, foi feita uma reavaliação, com base em diretriz do Ministério da Economia, em que parte dos funcionários recebe o valor integral, e a outra, com diminuição.

A nota diz, também, que uma nova avaliação sobre reajuste no benefício está em andamento neste momento de pandemia. E que o técnico de enfermagem que está infectado foi testado na unidade.

Niterói é o segundo município com mais casos da doença no estado do Rio de Janeiro, atrás apenas da capital. Até terça-feira (20), a cidade havia registrado 233 casos e 16 mortes pelo coronavírus, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A partir desta quinta-feira (23), o uso de máscara nas ruas da cidade será obrigatório.

Notícias ao Minutos


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