Falta de inteligência coletiva é a provável grande culpada pela atual situação financeira da economia cacaueira de Ipiaú e região

Conforme últimos dados a que tivemos acesso, junto ao Banco Central do Brasil, a situação econômico-financeira das 4 agências bancárias de Ipiaú, consta o seguinte:

A dívida rural de Ipiaú, atingiu o patamar recorde dos R$ 25,5 milhões. Só de juros a cidade deverá desembolsar algo em torno de R$ 1,6 milhões em 2020, cerca de 12% da recita bruta da lavoura do cacau, o equivalente a 60% da margem de contribuição da lavoura ipiauense. Daí, podemos concluir o porquê da alta taxa de inadimplência no pagamento das dívidas rurais, além do exercício simulado da pressão (chororô) de quem está acostumado a não precisar honrar com tal compromisso (o chamado choro contratado via deputado correligionário S/A).

O financiamento imobiliário manteve-se estável na casa dos R$ 72 milhões. E devemos suportar um volume de juros de R$ 6 milhões este ano em financiamento imobiliário.

É importante notar que os ipiauenses, detém saldo em Caderneta de Poupança de cerca de R$ 140 milhões e ainda R$ 34 milhões, em aplicações em CDBs e RDBs. Juntos, somam R$ 174 milhões.

Em resumo, estamos emprestando aos bancos R$ 174 milhões. Recursos estes, que os bancos voltam a nos emprestar (estes mesmos recursos alheios); nos pagando juros anuais da ordem de 2,95% a.a. liquido. Enquanto há muitos endividados na cidade, pagando juros na casa dos 251% ao ano no cheque especial, por exemplo (fora tarifas bancárias e outras taxas surpresas).

Tenho chamado a atenção de Ipiaú, pela falta de inteligência coletiva na gestão dos seus próprios recursos financeiros, explorados pelos bancos, que ficam cada vez mais ricos, e a região, cada vez mais pobre. Somente as 4 agencias de Ipiaú, têm juntas um ativo contábil total de R$ 767 milhões de reais, com um volume médio em caixa, da ordem de R$ 6 milhões apenas. Taxa de retorno sobre o capital próprio, de dá inveja a rainha da Inglaterra em tempos coloniais.

O sucessivo processo de repartição de herança do espolio das fazendas de cacau, levou-nos a termos hoje, uma quantidade de hectare muuuito reduzida, por propriedade autônoma, incapaz de sustentar adequadamente, uma família de produtor rural. Isso suplica por uma revolução econômico-financeira inovadora, capaz de oferecer uma saída sustentável para a melhor gestão e exploração adequada de nossas minúsculas fazendas. Creio, que formar uma empresa de capital aberto, tipo fundo de investimento consociado, por cota de capital, para gestão profissional das fazendas, será uma saída um pouco mais inteligente e proveitosa a todos os afetados.

Porém, a ganância individualista tem nos levado ao atraso prolongado, com viés de baixa ainda maior.

Salve rainha, mãe de misericórdia, esperança nossa salve-nos…

Signatário Elson Andrade  arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.


Veja mais notícias no Ipiaú Online e siga o Blog no Google Notícias


0
Web Design BangladeshWeb Design BangladeshMymensingh