Estudo pretende apontar sequelas causadas pela pandemia do Covid-19

Tomaz Silva / Agência Brasil

Parece que foi ontem, mas já se passaram quatro anos desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia da Covid-19. Até aqui, muitos estudos têm sido realizados para identificar o impacto que a doença provocou na sociedade ao redor do mundo.

No Brasil, uma pesquisa está avaliando as sequelas da doença na população do país. Coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), a pesquisa foi encomendada ao Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas, e a segunda fase do estudo começou nesta segunda-feira (11).

O epidemiologista Pedro Hallal, que lidera o estudo, de nome Epicovid 2.0, explica que, na primeira fase do estudo, realizada em 2020, o objetivo era avaliar a evolução da doença no país em tempo real, agora não mais.

“O segundo momento do estudo surge de outra necessidade, queremos saber o que a pandemia trouxe de mudança na estrutura econômica das famílias, se as pessoas já recuperaram os empregos que perderam, o impacto na educação das crianças, na saúde mental”, disse. “Foi necessário para avaliar esse novo momento da covid, quase como se fosse um fechamento depois do que monitoramos em tempo real”.

Para realizar o estudo não será necessária nenhuma coleta biológica, de sangue ou algo do tipo, como explica Pedro. “Os entrevistadores vão nas casas sorteadas e apresentar uma carta, trajando um colete de pesquisa”, disse. “É um questionário em que as pessoas vão responder perguntas que tratam desse tipo de assunto, renda: emprego, educação etc.”, explicou.

A Epicovid 2.0 será conduzida em 133 municípios do país. Na Bahia, as cidades de Salvador, Feira de Santana, Guanambi, Barreiras, Itabuna, Irecê, Juazeiro, Paulo Afonso, Santo Antônio de Jesus e Vitória da Conquista vão fazer parte do estudo; em cada uma delas, 250 pessoas serão entrevistadas.

Esse estudo é financiado pelo Ministério da Saúde e deve ser finalizado até o final deste mês. Hallal destaca que, ainda em abril, é possível que os resultados já estejam disponíveis. De acordo com o Ministério da Saúde, o levantamento desses dados deverá auxiliar na criação de políticas públicas para lidar com o cenário.

CENÁRIO ATUAL

Dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), apontam que a Bahia soma um total e 1.831.357 casos de covid-19. Até aqui, 31.964 foram vítimas fatais da doença. Com o avanço da imunização, os números caíram consideravelmente e, até o fechamento desta edição, a taxa de ocupação dos leitos dedicados à Covid-19 era de 8%, sendo 1 leito de enfermaria adulto ocupado (dos 67 existentes) e 4 leitos de UTI adulto ocupados (dos 55 existentes). Um dos pontos a serem avaliados pela Epicovid 2.0 também é em relação à imunização. “Se os resultados mostrarem que as pessoas têm problemas com o acesso à vacina, pode melhorar isso. Os resultados dos estudos vão ser aplicados para melhorar a vida das pessoas”, explicou Hallal.

A Tarde


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