Escritor Rama Amaral homenageia Ipiaú com artigo pelo aniversário de 88 anos da cidade

 

Ipiaú Brasileira!

Escrever é uma arte muito antiga, e um ofício nobre que inspira, lapida e liberta, embora haja pessoas que faz uso de tal instrumento para confundir ou aprisionar. Mas escrever sobre a cidade de Ipiaú, se torna um motivo de satisfação, Idem, apaixonante, e isso é deixar-se ser ousado! Então concentre-se, direcione sua retina e viaje na onda comigo!

Quando criança, na zona rural, ouvia, junto com meus familiares, enfaticamente ao anoitecer, algumas programações das rádios regionais, principalmente a rádio, se a memória estiver correta, Educadora de Ipiaú, de onde ouvia falar sobre carnaval, festa de São Roque, política, esporte, cacau, leite, show de calouros e outras informações pertinentes, ou seja, era Ipiaú adentrando nossos lares e fazendo parte das nossas vidas!

Meu pai morreu, (jovem ainda, por sinal no HGI de Ipiaú, lá no início dos anos 80), após isto, migramos para a cidade, o tempo passou, eu cresci, a vida e a cidade evoluíram.

Assim sendo, num felizardo dia qualquer de um ano que não me lembro mais, pisei, ao lado de minha saudosa mãezinha, no solo ipiauense pela primeira vez, para comprar panos pra confeccionar vestimentas, na Oliveira Tecidos! Uma loja histórica que vestiu e fez parte da vida de centenas de pessoas na nossa região e do comércio local.

A partir desse dia, como diz o dito popular, aquela cidade passaria a ser “caminho de roça”, quando muitos começara há tempo, eu e muita gente que viria de tantos outros municípios, supriria ali, naquele comércio, cada vez mais em expansão, nossas necessidades de compras, ou seja, eu também estava dando o ponta pé pra conhecer a cidade, que um dia fora conhecida como povoado de Rio Novo, o município cercado pela biodiversidade e banhado pelo Rio das Contas, onde em 1981, nasceu um sonho denominado PAPAMEL – Propágulos Prum Ambiente Ecologicamente Legal, ong da qual fui membro de dois mil há dois mil sete, época em que a instituição entrou em sérios e tristes conflitos internos.

Mas é apenas isso a Ipiaú Brasileira? Claro que não, a Ipiaú Brasileira é ampla, linda, indescritível, sobretudo aconchegante e receptível. Essa cidade tem nos seus fortes e destemidos desbravadores uma profunda identidade com a grandeza de seu povo e do tamanho do pensamento dessa gente.

Por isso se tornou um polo cacaueiro gerador de emprego e renda, de coronéis abastados donos de fazendas, de trabalhadores honestos, de moradores nobres, de políticos memoráveis, como essa grande e imortal personalidade, Euclides Neto, que também foi um notável escritor, um legítimo homem do povo e pensador de boas ideias.

Idem, alguns outros políticos que muito contribuíram com o município foram, Hidelbrando Nunes, José Motta, Salvador da Matta, Pedro Caetano, José Borges, Ubirajara Souza, Miguel Coutinho, José Mendonça, este último, por sua responsabilidade e transparência com o dinheiro público, foi fruto de reportagem da revista Veja.

Contudo, entre tantos homens, pintou uma Maria na área pra fazer valer a trajetória da mulher na vida política de Ipiaú, pra construir história, renovar a cidade, expor uma nova ordem, uma cara diferente, um toque elegante e com modernidade…

E é assim que Dona Maria das Graças, com sua competência, dedicação, transparência, habilidade e responsabilidade vem administrando os recursos públicos, do povo, de Ipiaú.

Ora, mas é preciso salientar da inclinação natural do ipiauense para a arte, por isso é um município rico culturalmente, e isso equivale a todos os seguimentos, artistas como Fauzi, Marcelo Celau, John Neves, Sikiling- banda-Joedson-Sodapop, Jaraujo-Publicidade-Destaques e calouros, Duda Perkata de Couro, Davi Lisboa, Henrique Filho, Edson Bastos, Jorginho Caldeira, Pakato, Robson “Borrea”, Adelson Carvalho, Rogério Ferrari, Bruno Conceição, Ivan Nascimento, José de Assis Filho, Celso Rommel, Sussa, Verônica Leite, Carol Muniz, Miro Veloso, José Américo, dentre tantos outros artistas que levam seus talentos e elevam as cenas da arte por todos os cantos da cidade.

Estes, fotografados, filmados por outros artistas e pelo seu povo, registrado e documentado pelos zolhos de Giro Ipiaú, Ipiaú Online, canais de redes sociais, redes de rádios locais e toda a imprensa, mostrando ao mundo um jeito nobre de fazer cultura, elevando a cidade a um ponto de destaque, do cenário baiano, para o Brasil e para o mundo, seja isso através do cinema, poesia, teatro, escultura, literatura, artes plásticas, dança, fotografia, pintura, música, arquitetura (igrejas, edifício Santa Paula, mesmo este sendo um problema jamais solucionado, mas que se tornou um museu vertical entre conflitos e esperanças de um novo amanhã?).

De carroceiros que ainda resiste ao tempo, aos cantadores e repentistas, Ipiaú vai seguindo em frente com suas praças, hotéis, barzinhos, barracas, restaurantes, ruas apertadas, avenidas, becos e vielas… Vai proliferando cheiros e sabores de pratos típicos de sua culinária à baianidade e brasileira… Vai deixando aromas de suas belas e singulares mulheres, de sua gente alegre, hospitaleira e bonita, de sua gente guerreira!

Vai deixando sua marca através de tantos profissionais, do médico ao gari, do advogado ao catador de latinhas, do engenheiro ao pedreiro, dos professores ao lavrador, do patrão ao empregado, da patroa a diarista, enfermeira, guarda, porteiro, policial, carpinteiro, balconista, costureira, bordadeira, vendedor, comerciário, vaqueiro, juiz, motorista, bancário, eletricista, mecânico, office boy….

E foi dessa forma que Ipiaú foi dando suas caras, se creditando como uma das mais notáveis cidades da Bahia, oferecendo serviços, trabalhos, moradias, soluções para toda gente das cidades circunvizinhas, o que a destacou como uma pequena metrópole de uma região, consequências dos árduos esforços de sua gente e que ali chegou de outras cidades e estados, fazendo de um pequeno sonho materializado em casebres, uma bela cidade em contínuo crescimento.

Há mais de 40 anos, vista parcial do centro da cidade

Diante disso, o município que outrora fora um povoado, foi se transformando na Ipiaú de hoje, a Ipiaú Brasileira, a cidade das crianças, a cidade de seu João, José, Antônio, Chico, Emídio Neto, Mané… A terra de dona Maria, de Marias, (da doce Marlúci), de Joana, Anália, Ana, Francisca, Zezé…

A cidade de figuras curiosas, lendárias e folclóricas; a cidade das religiões e da tolerância e do respeito religioso; da oportunidade; da feirinha; do tri campeonato de futebol intermunicipal; do Doce Mel Esporte Clube; do Rio das Contas, (pescadores, canoeiros, lavadeiras); a cidade das tradições e das exposições; do estudante; da UNEB; do aprendizado; do saber; do respeito; do pensamento; do coração… A cidade da felicidade! A cidade do amor! A cidade da vida, de minha vida!! É a cidade de Ipiaú!

Rama Amaral é um rabiscador brasileiro, natural da zona rural de Dário Meira, Bahia, publica no site O Pensador, Escritas.org, Souescritor, além da rede social Facebook, onde participa de mais 40 grupos de escritores e poetas. Publicou o ebook O Rio e a Criança, Cia do ebook.


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